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Países africanos já emitiram quase 13 mil milhões de dólares de dívida este ano

A emissão de títulos de dívida soberana de países africanos este ano já atingiu os 12,8 mil milhões de dólares, aproximando-se dos 18 mil milhões de dólares emitidos durante todo o ano passado.

18 de Abril de 2018 às 14:13
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De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, a emissão de dívida pública feita pela Costa do Marfim em Março, no valor de 1,7 mil milhões de euros, foi a segunda maior do ano, ficando atrás apenas da emissão da Roménia, no valor de 2 mil milhões de euros.

Para além da Costa do Marfim, também o Quénia, Egito, Senegal e Nigéria já lançaram dívida pública em moeda estrangeira (eurobonds) este ano, comprovando a necessidade destes países de se endividarem para equilibrar os orçamentos.

Angola também já anunciou estar a preparar-se para emitir cerca de 2 mil milhões de dólares de dívida pública este ano, de acordo com a informação que está no Plano de Estabilização Macroeconómica (PEM).

No PEM, aprovado pelo Governo angolano no final de 2017 e que prevê a aplicação, até final deste ano, de 109 medidas de políticas fiscal, cambial e monetária, o Ministério das Finanças tem a tarefa de "implementar as acções necessárias para a emissão de eurobonds" durante o primeiro semestre, no âmbito das acções de "sustentabilidade da dívida pública".

O Estado vai precisar de contrair 1,128 biliões de kwanzas de dívida (cinco mil milhões de euros), enquanto necessidades líquidas, e 4,153 biliões de kwanzas (18.650 milhões de euros) serão para pagar o serviço da dívida actual, respeitante a este ano.

O Estado angolano estreou-se na emissão de eurobonds em Novembro de 2015, angariando então, no mercado externo, cerca de 1.500 milhões de dólares (1.220 milhões de euros), através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.

A Economist Intelligence Unit (EIU) considerou, pouco tempo depois do anúncio, que se Angola emitir nova dívida no mercado internacional arrisca-se a pagar uma taxa de juro ainda maior do que os 9,5% que suporta anualmente pela emissão de 2015.

"As preocupações em curso sobre os fundamentais da economia angolana significa que uma emissão deve provavelmente atrair cupões mais elevados" do que a última emissão de dívida pública, escrevem os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
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