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Morsi está detido por alegadas ligações ao Hamas

O Presidente do Egipto deposto está preso por ter alegadamente conspirado com o movimento fundamentalista palestiniano para matar soldados e organizar a sua fuga da prisão no início de 2011.

Apoiantes de Morsi também saíram à rua
Reuters
26 de Julho de 2013 às 16:37
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Um tribunal egípcio tornou público esta sexta-feira, dia em que se esperam manifestações dos apoiantes e opositores de Morsi, que o antigo Presidente do Egipto, deposto por um golpe militar, está preso por alegadamente ter conspirado com o Hamas palestiniano.

 

Mohamed Morsi, que foi deposto a 3 de Julho e se encontra detido desde então, terá organizado a sua fuga da prisão no início de 2011 em colaboração com o movimento fundamentalista islâmico. Durante a fuga, Morsi e outros fugitivos terão matado vários polícias, soldados e prisioneiros, refere o “Financial Times” (FT), que cita o jornal egípcio “Al-Ahram”.

 

Segundo o mesmo jornal, Morsi pode ficar preso, pelo menos, por mais 15 dias, aguardando a decisão sobre as acusações.

 

O antigo Presidente egípcio e outros líderes da Irmandade Muçulmana foram presos pelo regime de Hosni Mubarak, durante a revolta popular de 2011, que conduziu à queda do então Presidente.

 

A divulgação das acusações contra Morsi acontece num dia simbólico para os nacionalistas e islamitas. Para além de ser o décimo sétimo dia do Ramadão, dia em que o profeta Maomé conquistou uma batalha importante, é também o dia do aniversário da nacionalização do Canal do Suez, feita pelo antigo Presidente Gamal Abdul Nasser em 1956, e também o dia em que o rei Farouq, apoiado pela monarquia britânica, fugiu do país em 1952.

 

Para esta sexta-feira, tanto os opositores de Morsi como os seus apoiantes convocaram manifestações para as ruas do Egipto. Na quarta-feira, o chefe das Forças Armadas, Abdel Fattah al-Sisi, apelou na televisão pública à participação massiva dos apoiantes do exército nas manifestações desta sexta-feira, contra o “terrorismo”, um apelo que os islamitas descreveram como um incitamento à guerra civil.

 

“A única coisa de que ainda não acusaram Morsi foi da revolução de 25 de Janeiro”, afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad Haddad, cita o FT. “Num Egipto sob um golpe militar, os veredictos e acusações são publicados pelos jornais estatais três dias antes de o tribunal decidir, e sem advogados”, diz o porta-voz da Irmandade.

 

O Governo interino do Egipto tem estado a ser pressionado pelas autoridades internacionais para acusar formalmente Morsi e os restantes detidos da Irmandade Muçulmana ou para os libertar. Esta quinta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, divulgou um comunicado onde urge ao Governo interino para acabar com as detenções arbitrárias e outras formas de “repressão” aos que se opõem ao golpe militar. “Morsi e os líderes da Irmandade Muçulmana que estão detidos devem ser libertados ou ver a sua situação resolvidos com transparência e sem atrasos”, escreveu Ban Ki-moon.

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