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Fundação Mandela pede demissão do presidente sul-africano Jacob Zuma

Jacob Zuma está envolvido num escândalo de corrupção. Fundação Nelson Mandela diz que a saída do líder do sul-africano é a forma de evitar um "conflito violento" no país.

Em 2018, após uma surpreendente sucessão de acontecimentos, vai registar-se em toda a África subsaariana uma vaga de transição democrática. A forçada demissão do há muito presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, no final de 2017, desencadeia uma onda de mudanças políticas noutros países africanos. Jacob Zuma, presidente da África do Sul, é forçado a sair do poder, e Joseph Kabila no Congo enfrenta manifestações sem precedentes que o levam a fugir do país. Mas a África do Sul será a grande vencedora, com um forte crescimento económico.
reuters
06 de Fevereiro de 2018 às 12:26
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A Fundação Nelson Mandela defendeu esta terça-feira, 6 de Fevereiro, que o presidente sul-africano, Jacob Zuma, alegadamente envolvido num escândalo de corrupção, deve deixar "rapidamente" o cargo, porque quanto mais demorar a fazê-lo, maiores são os perigos de um "conflito violento".

Num comunicado, a organização não governamental considerou também que a partida de Zuma "pode não ser suficiente" para combater a "bem aprofundada rede de corrupção" na África do Sul, um dos países mais desenvolvidos do continente africano.

A fundação, que promove o legado do primeiro Presidente negro da África do Sul, cuja eleição em 1994 marcou o fim do regime de segregação racial ("apartheid"), lembrou que já há um ano que pede a destituição de Zuma, que tem sempre negado as acusações de corrupção.

Muitos membros do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder desde 1994) têm-se manifestado contra a manutenção de Zuma no poder, com as críticas a aumentarem de tom depois de o vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, ter vencido as eleições para a liderança do partido.

A eleição de Ramaphosa para a liderança do ANC, que lhe abre as portas para a Presidência da África do Sul nas eleições de 2019, tem estado a gerar alguma celeuma no partido, uma vez que o cargo de chefe de Estado, nas mãos de Zuma, impedido constitucionalmente de se apresentar a um terceiro mandato, está dependente das directrizes da chefia do partido.

A pressão política sobre Zuma, que visa o afastamento do cargo devido às acusações de alegada corrupção, tem aumentado significativamente à medida que se aproxima o tradicional discurso sobre o Estado da Nação, marcado para a próxima quinta-feira.

Hoje, a secretária-geral do ANC, Jessie Duarte, admitiu que o partido está dividido sobre o eventual afastamento antecipado de Zuma. Essa foi a principal conclusão de uma reunião do comité de trabalho do ANC, que se reuniu de emergência na segunda-feira para discutir o futuro da Presidência de Zuma.

O impasse de segunda-feira vai ser novamente discutido quarta e quinta-feira, antes do discurso de Zuma sobre o Estado da Nação, pela Comissão Nacional Executiva (NEC) do ANC.

Além do "Caso Zuma", a NEC, o principal órgão de decisão entre congressos, vai debater também a "transição" entre o Governo actual e o seu sucessor e, eventualmente, o cenário de eleições antecipadas, embora o ANC nada tenha avançado sobre a reunião de quarta e quinta-feira.

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