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Empresa abre controvérsia ao promover leilão para uma noite na cela de Nelson Mandela
O preço do leilão por uma noite na cela onde esteve Nelson Mandela foi fixado inicialmente em 250 mil dólares, mas chegou a receber ofertas de 300 mil dólares.
A decisão de leiloar uma noite na cela de Nelson Mandela, na outrora famosa ilha-prisão de Robben, despertou a ira do Museu da Ilha Robben, entidade responsável pelo local, que recusou firmemente este tipo de "exploração".
A iniciativa partiu da CEO Sleepout, que a justificou alegando que os fundos arrecadados seriam usados para financiar um programa de educação de presos.
Com um preço fixado em 250 mil dólares (213 mil euros), a pequena cela de cimento frio onde o ícone da luta contra o 'apartheid' esteve durante a maior parte dos 27 anos que passou nas cadeias sul-africanas, já atraiu ofertas de até 300 mil dólares (256 mil euros), de acordo com a organização promotora.
O Museu da Ilha Robben anunciou esta quinta-feira, 5 de Julho, que qualquer que seja o preço pago pelo vencedor do leilão, este não entrará na famosa prisão.
"Nós condenamos fortemente este leilão. Estamos particularmente entristecidos pelo facto de o legado de Nelson Mandela estar a ser explorado", disse à agência de notícias francesa AFP um porta-voz do museu, Morongoa Ramaboa.
"Como património mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), não teríamos sequer considerado um leilão da cela do 'Madiba' - como era conhecido Nelson Mandela -, e preservar a nossa herança histórica não é negociável", acrescentou Ramaboa.
A CEO Sleepout, que tomou esta iniciativa por ocasião da passagem do centésimo aniversário do primeiro Presidente negro da África do Sul (1994-1999) a 18 de Julho, retirou o anúncio do leilão do seu portal na Internet.
Entretanto, a Fundação Nelson Mandela já comunicou que não tem nenhuma ligação à iniciativa.