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Sonangol prorroga por dois meses prazo para propostas de compra de blocos petrolíferos

A petrolífera Sonangol anunciou esta sexta-feira a prorrogação, por mais dois meses, até 30 de Setembro, do prazo limite para a apresentação de propostas para aquisição das participações que detém nos blocos 20/11 e 21/09, no 'offshore' angolano.

Simon Dawson/Bloomberg
20 de Julho de 2018 às 20:40
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Em comunicado enviado à agência Lusa, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) refere que "conforme o pedido de várias empresas interessadas", o prazo para as sessões de apresentação dos blocos a potenciais investidores, em Luanda, é prorrogado até 31 de agosto.

 

"Consequentemente, o prazo para apresentação das propostas vinculativas de aquisição e o cargo de operador foi prorrogado para 30 de Setembro de 2018", lê-se no comunicado, que acrescenta que as empresas que pretendam apresentar propostas devem enviar uma carta de intenções à Sonangol até 31 de Julho.

 

Tratam-se, ambos, de blocos em águas profundas, que ainda não entraram em fase de produção e que a petrolífera estatal Sonangol quer vender, parte dos direitos, até agosto parte dos direitos.

 

O processo de venda, segundo a informação anterior da Sonangol, terminaria a 31 de Julho de 2018.

 

O presidente do conselho de administração da Sonangol, Carlos Saturnino, anunciou a 28 de Junho, em Luanda, que a petrolífera angolana já pagou a totalidade da dívida acordada com a norte-americana Cobalt, antes do prazo limite, que era 1 de Julho, sobre os blocos 20/11 e 21/09.

 

Resultou do acordo amigável entre as duas petrolíferas, de Dezembro de 2017, prevendo o pagamento de 500 milhões de dólares por parte da empresa angolana, pelos direitos em dois blocos petrolíferos, terminando a disputa judicial que se arrastava.

 

As administrações daquelas petrolíferas assinaram a 19 de Dezembro de 2017 um acordo para "resolução de todas as disputas entre as duas companhias", prevendo a transferência para a Sonangol do interesse participativo da Cobalt nos blocos 21/09 e 20/09, ao largo de Angola, por 500 milhões de euros (430 milhões de euros), devido a alegados incumprimentos contratuais da petrolífera estatal angolana.

 

Em causa estava um diferendo que se arrastava desde a administração de Isabel dos Santos na Sonangol, prevendo este acordo que a petrolífera angolana deveria pagar, até ao dia 23 de Fevereiro de 2018, um valor não reembolsável de 150 milhões de dólares (129,5 milhões de euros).

 

O último pagamento, no montante de 350 milhões de dólares (302 milhões de euros), deveria ser efectuado até ao dia 1 de Julho de 2018, explicou ainda a Sonangol.

 

Em 2017, a Cobalt recorreu ao tribunal arbitral contra a Sonangol, acusando a empresa angolana de ter adiado decisões e assim ter prejudicado os resultados financeiros e impossibilitado a venda dos activos no país, num negócio de 1.350 milhões de euros.

 

A Cobalt, uma das maiores petrolíferas norte-americanas, estava a explorar aqueles dois blocos em Angola, mas há anos que tentava vender a sua participação, necessitando para tal que a Sonangol prolongue as licenças de exploração, algo que a companhia petrolífera angolana não fez, impossibilitando, na prática, a saída da Cobalt da exploração petrolífera em Angola.

 

Com o fecho deste acordo e do pagamento, o bloco 20/11 passou a ser participado pela Sonangol em 70% (assumindo a parte de 40% da Cobalt), além da BP (30%).

 

O bloco 21/09 passou a ser integralmente participado pela Sonangol (100%), com a aquisição dos 40% da petrolífera norte-americana.

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