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Site de informação Rede Angola suspende actividade
O site de informação Rede Angola suspendeu a actividade. O director-geral deste órgão de comunicação online explica a decisão em função das dificuldades financeiras crescentes do projecto.
O site de informação Rede Angola, criado há cinco anos, deixou esta quinta-feira, 1 Junho, de estar activo. Os responsáveis do site explicam este encerramento, que dizem ser temporário, pela dificuldade em financiar o projecto.
Numa nota aos leitores, Sérgio Guerra, director-geral do Rede Angola, diz que este não é um adeus definitivo. "No que depender do nosso desejo e do nosso empenho, será apenas uma pausa necessária para nos reestruturar e voltar assim que nos for possível. Para aqueles que irão enxergar nessa interrupção o resultado de alguma pressão exterior, em razão da proximidade de mais uma eleição, esclareço que esta é uma decisão estritamente empresarial e pessoal".
"Este projecto do Rede Angola, em particular, nunca chegou a ser autofinanciado. Sempre foi suportado pelo resultado de outros trabalhos desenvolvidos em Angola, Brasil e outros países onde temos trabalhado. Com a crise, reduzimos significativamente os nossos contratos, mas ainda assim insistíamos em manter o Rede no ar, por julgá-lo necessário e benéfico ao jornalismo de uma forma geral e ao ambiente democrático do país. Porém, mesmo com todos os cortes nas nossas despesas, chegamos agora a um ponto onde a prudência nos exige uma difícil decisão. As dificuldades são crescentes e nos impõe uma suspensão temporária dos nossos serviços", explica Sérgio Guerra.
O director-geral sublinha que o Rede Angola, que tinha como lema "jornalismo independente", afirma que ao longo destes cinco anos o site se empenhou em fazer um jornalismo baseado "na independência, seriedade e qualidade".
"Em nenhum momento sofremos pressão"
"Não podemos nos dizer surpresos com as dificuldades que foram surgindo no nosso caminho. Estávamos preparados para tudo. Menos para condescender com as práticas dos projectos editoriais que, por serem apenas ferramentas ao serviço dos seus donos, não são merecedores deste nome. Era preciso contrariar a leviandade instituída, os interesses escusos, o vale-tudo onde a mentira e as falsas interpretações são usadas para desmoralizar pessoas, promover achaques a empresas e políticos. Não são poucos os que cobram para publicar, ou os que deixam de publicar para passar uma graxa em busca de um favorecimento ou para desmoralizar o negócio de outro. Tratam o jornalismo como um negócio ao serviço dos proprietários", escreve Sérgio Guerra.
Segundo o director-geral do Rede Angola, ao longo da sua existência, o site cumpriu os objectivos a que se tinha proposto. "Muitos disseram que seríamos reprimidos, como se o bom jornalismo fosse indesejado. E eu sempre afirmei o contrário. Sempre tive a certeza de que existia espaço para a independência do jornalismo em Angola. E assim o fizemos. Em nenhum momento, nestes anos, sofremos qualquer pressão, ameaça para publicar ou não publicar alguma coisa".