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MPLA aprova candidato às eleições mas sem oficializar nome
O MPLA aprovou hoje uma resolução interna que define o cabeça de lista do partido às eleições gerais de 2017 em Angola, sem oficializar qualquer nome, embora vários 'media' apontem o ministro da Defesa, João Lourenço.
A informação consta do comunicado final divulgado pelo secretário do bureau político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Mário António, depois de concluída a segunda reunião ordinária do Comité Central, presidida pelo líder do partido e chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, dando apenas conta que aquele órgão "aprovou" a "resolução interna sobre a designação do cabeça de lista às eleições gerais de 2017".
Foi igualmente aprovada, segundo o comunicado lido por Mário António, a "síntese da estratégia eleitoral do MPLA", para preparar as tarefas até às eleições de agosto do próximo ano, bem como a estrutura de coordenação da campanha e o programa de governação do partido entre 2017 e 2022, na próxima legislatura.
Contrariamente à expectativa gerada, nenhum nome de candidato foi oficializado hoje pelo partido, com uma fonte do MPLA a explicar informalmente que a decisão sobre os nomes dos candidatos não deve ser divulgada sem antes ser dada a conhecer às bases, em todo o país.
A pré-campanha do MPLA para as eleições gerais de 2017 arranca a 10 de Dezembro, em Luanda, no dia 60.º aniversário da fundação do partido, como anunciou em Novembro o vice-presidente João Lourenço.
Conforme a Lusa constatou hoje, aquele dirigente e actual ministro da Defesa foi o nome falado nos bastidores desta reunião do Comité Central como cabeça de lista e candidato a Presidente da República, juntamente com Bornito de Sousa, ministro da Administração do Território, como número dois da lista e candidato a vice-Presidente.
Esta informação foi veiculada por vários 'media' como a Voz da América, Novo Jornal, Rede Angola, Africa Monitor ou Rádio Nacional de Angola.
Ninguém do partido oficializou ou comentou qualquer nome da lista aprovada, sabendo-se apenas que, em simultâneo, o Comité Central aprovou uma moção de "incondicional apoio" a José Eduardo dos Santos, presidente do partido e chefe de Estado desde 1979, actualmente com 74 anos, "na defesa dos ideais do MPLA e dos destinos do país".
General na reserva, João Manuel Gonçalves Lourenço, 62 anos, é vice-presidente do MPLA desde agosto último.
Questionado na altura pela agência Lusa, sobre se estaria preparado para ocupar a liderança partidária em caso de retirada do líder do MPLA da vida política em 2018, como anunciado anteriormente por José Eduardo dos Santos, o general João Lourenço preferiu não fazer comentários.
"Penso que é muito cedo para falarmos sobre esta matéria, prefiro prescindir de fazer comentários a respeito desta matéria", respondeu.
A constituição angolana prevê que o cabeça de lista do partido mais votado em eleições gerais seja automaticamente nomeado Presidente da República.
"O nosso objectivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação", afirmou José Eduardo dos Santos, durante o discurso de abertura desta reunião do Comité Central.