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Marcelo atira visita a Angola para depois de Outubro

Com agendas carregadas, o primeiro-ministro e o Presidente da República só deverão conseguir ir a Angola depois de Outubro. Chefe de Estado deve receber entre hoje e amanhã informação sobre cancelamento da transmissão da SIC pela operadora de Isabel dos Santos.

O Presidente da República recordou o antigo chefe de Estado Mário Soares, acima de tudo, como um 'lutador da liberdade', e defendeu que Portugal tem o dever de combater pela 'imortalidade do seu legado'. Numa declaração de cerca de quatro minutos, lida na Sala das Bicas do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 'Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade', e considerou que esse foi 'o penúltimo combate' que travou. 
'Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor', acrescentou.
'Travado o seu penúltimo combate, partiu do nosso convívio de todos os dias o Presidente Mário Soares', declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no início da sua intervenção.
De gravata preta, o Presidente da República relembrou momentos marcantes da vida política de Mário Soares, dizendo que, 'como toda a personalidade de eleição, conheceu a glória e o revés, os amores e os desamores de cada instante', e lembrando também que teve ao seu lado 'Maria de Jesus Barroso, sua mulher e sua companheira de luta', que morreu em 2015.
'Há imagens únicas que ninguém esquecerá: a presença corajosa ao lado de Humberto Delgado, a resistência a partir do exílio, a chegada a Santa Apolónia, o discurso na Fonte Luminosa, o debate com Álvaro Cunhal, a disponibilidade para servir como primeiro-ministro em duas crises financeiras graves, a tenacidade no termo da primeira volta das presidenciais de 86, o calor irrepetível no encontro com os portugueses nas presidências abertas, a alegria no diálogo com as gentes da cultura, o sonho de um Timor-Leste independente, a presença na manifestação contra intervenção no Iraque', referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou, acima de tudo, o antigo chefe de Estado, como um lutador pela liberdade, em Portugal, na Europa e no mundo: 'Foi em homenagem à liberdade que se viu perseguido, preso e deportado, e viveu no exílio até 1974. Que por ela se bateu durante os conturbados anos da revolução. Que liderou um partido, fez ouvir a sua voz nos parlamentos, português e europeu, chefiou vários governos, presidiu aos destinos da pátria'.
'Mas foi sobretudo como lutador da liberdade que se revelou determinante a criar a nossa democracia, a votar a nossa Constituição, a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos, a pedir a adesão às Comunidades Europeias e a subscrevê-las, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade. A abrir a nossa diplomacia ao mundo, a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais. A defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático', completou.
Bruno Simão
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O Presidente da República disse esta quarta-feira que a agenda do primeiro-ministro, bem como a sua, estão muito cheias até Setembro/Outubro, sinalizando assim que uma visita de Estado àquele país poderá acontecer apenas depois dessa data.

Marcelo Rebelo de Sousa está a acompanhar todos os dossiês que podem afectar a relação Portugal/Angola e espera receber hoje ou amanhã informação sobre o cancelamento da transmissão da SIC pela operadora detida por Isabel dos Santos

O chefe de Estado falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Comando Aéreo, em Lisboa.

Questionado sobre para quando é provável uma visita do Presidente da República e do primeiro-ministro a Angola, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que este é um "ano tão cheio", precisando que "temos um primeiro semestre" carregado nas agendas. "Até Setembro/Outubro está muito cheio", concretizou o chefe de Estado.

Apesar de não ter fixado uma data para a viagem, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por sinalizar que antes de Outubro será pouco provável que isso aconteça.
  
No entanto, o chefe de Estado explicou que as marcação destas viagens devem sempre acontecer num clima de reservado.

A 24 de Abril de 2016, o Diário de Notícias avançou que mesmo que Costa decidisse ir a Angola naquele ano, Marcelo não iria já que a sua prioridade para arrancar o mandato (que tinha começado a 9 de Março) era Moçambique. Na altura, o adiamento da viagem era enquadrado com o clima de tensão entre os dois países. 

Em Fevereiro último, o Expresso avançou que a viagem de António Costa ao país liderado por José Eduardo dos Santos está em risco.

Também agora o enquadramento voltou a ser o mesmo. 
A operadora de televisão por satélite angolana Zap, da empresária Isabel dos Santos, interrompeu esta terça-feira a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, decisão à qual a SIC diz ser "alheia".

 

De acordo com a agência noticiosa AFP, a difusão dos dois canais portugueses foi suspensa, depois de recentemente terem divulgado reportagens críticas ao regime de Luanda.

 
Questionado se já tem informação sobre o que levou a operadora a cancelar a transmissão daqueles canais da SIC, Marcelo respondeu que não e disse esperar que "
entre hoje a amanhã" receba as mesmas explicações.


(Notícia actualizada às 13:15)

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