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Empresários portugueses "preparam" visita de Costa a Angola

Na Feira Internacional de Luanda estão 45 empresas nacionais de vários sectores, do agro-alimentar à construção. É a maior participação estrangeira a dois meses da ida do primeiro-ministro e em "momento auspicioso" na diplomacia.

Bruno Fonseca/Lusa
10 de Julho de 2018 às 12:31
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Quase meia centena de empresas portuguesas iniciam esta terça-feira, 10 de Julho, a participação na 34.ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), formando a maior comitiva estrangeira nesta evento multissectorial, que durante quatro dias vai contar com um total de 350 expositores provenientes de 14 países.

 

Segundo dados da organização, citados pela Lusa, cerca de 30 empresas integram o pavilhão português e outras 15 estão presentes com representações individuais. Entre os sectores representados destacam-se o agro-alimentar, bebidas, metalomecânica, madeiras, materiais de construção, cartão e embalagens, farmacêutico, biotecnologia, electrónica e tecnologias de comunicação. Em 2017, mais de cinco mil empresas portuguesas exportaram para o mercado angolano.

 

Pelo Parque de Exposições de Luanda, localizado na Zona Económica Especial Luanda - Bengo, deverão passar mais de seis mil visitantes diários. Promovida pelo Ministério da Economia e Planeamento e este ano com o tema "Diversificar a Economia, Desenvolver o Sector Privado", a iniciativa estreia-se neste local a cerca de 40 quilómetros da capital. Antes da crise económica, que em 2016 obrigou mesmo a cancelar o evento – em 2017 teve lugar em plena marginal junto à baía –, esta feira chegou a atrair cerca de um milhar de expositores.

 

Na inauguração do evento, realizada esta manhã, esteve o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que na quarta-feira, 11 de Julho, participa na sessão de abertura do II Encontro Portugal-Angola: Relações com o Passado e com o Futuro, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal - Angola (CCIPA). Em aberto está ainda a possibilidade de se reunir com membros do governo angolano, numa altura em que as relações diplomáticas entre os dois países atravessam "um momento auspicioso", nas palavras de António Costa.

 

Um passo à frente da diplomacia

 

A participação portuguesa na FILDA, que em termos organizativos está a cargo da Associação Empresarial de Portugal (AEP), acontece numa fase em que as autoridades dos dois países estão a retomar as visitas oficiais de alto nível – o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, iniciou esta segunda-feira uma estada de três dias em Portugal. E antecipa a deslocação do primeiro-ministro português, ainda sem data confirmada, mas que irá decorrer até ao final de Setembro.

 

Antes do chefe de Estado de Angola e do chefe do governo português partirem para a Assembleia-Geral das Nações Unidas em Setembro, certamente que será realizada a visita do primeiro-ministro. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros


Numa publicação na rede social Twitter, António Costa sublinhou que a visita programada ao território africano, cujas contas públicas só deverão sair do vermelho em 2020, vai servir para "renovar o dinamismo dos laços que unem Portugal e Angola", em particular as populações e as empresas dos dois países. Uma ligação abalada nos últimos meses pelo polémico processo no âmbito da Operação Fizz que envolveu o ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, e que acabou por ser transferido para a Justiça angolana.

 

 

Segundo dados oficiais, as exportações de bens e serviços portugueses para Angola ascenderam a 2.786 milhões de euros em 2017, o que representou uma subida de 298 milhões de euros face ao ano anterior. As categorias mais vendidas para aquele destino são máquinas e aparelhos, produtos agrícolas e produtos químicos.

 

Já no primeiro trimestre deste ano, rumo àquele país que tem Portugal como o segundo maior fornecedor de bens, as vendas de mercadorias acabaram por cair 22,4% em termos homólogos. Por outro lado, as importações provenientes de Angola quase duplicaram entre Janeiro e Março de 2018, com o petróleo a representar 95% das compras portuguesas.

 

De acordo com os dados compilados pela CCIPA, esta ex-colónia manteve nos primeiros três meses do ano o segundo lugar na lista de principais mercados extracomunitários – apenas superado pelos Estados Unidos da América –, embora tenha baixado para a 9.ª posição no ranking global das exportações portuguesas que, segundo acaba de divulgar o INE, travaram em Maio embora estejam a avançar mais depressa do que as importações.

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