Notícia
Economia de Angola sofre recessão de 8,8% no segundo trimestre
A economia de Angola registou um crescimento negativo de 8,8% no segundo trimestre deste ano face ao período homólogo, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística, atribuindo esta "desaceleração acentuada" à pandemia de covid-19.
26 de Outubro de 2020 às 11:16
"A desaceleração acentuada da atividade económica refletiu o impacto da pandemia da COVID-19, que se fez sentir no referido trimestre", lê-se no comunicado sobre as contas de abril a junho, que salienta que "a variação negativa é atribuída, fundamentalmente, às atividades de Pesca (-27,8%), Petróleo (-8,2%), Extração de Diamantes (-15,6%), Construção (-41,0%), Comércio (-0,1%), Transporte (-78,9%), Governo (-7,1%), Imobiliária (-17,6%), Impostos (-53,6%), Outros serviços (-2,1%), Indústria Transformadora (-4,0%) e Subsídios (-71,7%)".
A divulgação das estatísticas relativamente ao segundo trimestre, feita durante uma conferência de imprensa esta manhã, surge depois da demissão do presidente do INE, Camilo Ceita, que a comunicação social local atribui ao facto de ter sido apresentado uma versão preliminar do documento, no qual a queda do PIB no segundo trimestre era de 12,7%, que terá merecido a discordância do Governo, tal como terá também acontecido em janeiro relativamente aos números da inflação.
Num email de despedida aos trabalhadores, citado por vários jornais angolanos, o agora ex-presidente salientou que "a autonomia é um dos pilares dos INE e o INE de Angola, nossa casa grande de equilíbrio da Democracia, não deve nunca descorar dela".
A Lusa questionou a direção do INE sobre esta alegada diferença entre o relatório inicial e o que foi publicado, durante a conferência de imprensa que decorreu com transmissão no Facebook, mas não houve resposta para esta pergunta.
No encontro com os jornalistas, a nova diretora-geral lembrou que a queda do PIB no segundo trimestre face ao período homólogo resulta dos "problemas estruturais que estão na nossa economia, e que foram agravados pelo impacto da pandemia de covid-19".
Channey Rosa John alertou ainda que "a pandemia não vai terminar agora" e concluiu que "estão a ser tomadas medidas para ver o que se consegue fazer para termos uma economia saudável e restaurada".
Durante a conferência de imprensa, a direção do INE foi também questionada sobre o impacto de uma queda de 8,8% no segundo trimestre, que se junta à variação negativa de 0,5% nos primeiros três meses deste ano, que por sua vez surge na sequência de quatro anos de crescimento anual negativo.
"O mundo em geral está a passar por um momento muito difícil, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para uma quebra acima de 4%, e Angola não é um país isolado, essas questão afetam significativamente o país, sendo que Angola não foi só afetada pela pandemia, já vinha experimentando recessões ao longo dos últimos quatro anos, que foram agravadas com a situação da pandemia", disse a diretora adjunta do departamento económico.
De seguida, acrescentou: "O INE faz inferência estatística, não define a política macroeconómica, apresenta a fotografia do ponto de vista da caracterização, para ajudar os decisores de política macroeconómica a tomarem decisões coerentes, consistentes e que certamente vão impactar a vida de todos nós; o que o INE deve fazer para ajudar a tomar essas decisões é entregar e colocar à disposição dados estatísticos fiáveis e credíveis que vão permitir a tomada de decisões de política macroeconómica".
África registou nas últimas 24 horas mais 117 mortos devido à covid-19, num total de 41.262 óbitos, e o número de infetados subiu para 1.716.864, segundo os dados mais recentes da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nos 55 Estados-membros da organização houve mais 9.123 infetados e o número de recuperados subiu 7.290 nas últimas 24 horas, para um total de 1.406.528.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos.
Angola regista 268 óbitos e 9.381 casos, seguindo-se Cabo Verde (94 mortos e 8.396 casos), Moçambique (86 mortos e 11.986 casos), Guiné Equatorial (83 mortos e 5.079 casos), Guiné-Bissau (41 mortos e 2.403 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 935 casos).
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e quase 42,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
A divulgação das estatísticas relativamente ao segundo trimestre, feita durante uma conferência de imprensa esta manhã, surge depois da demissão do presidente do INE, Camilo Ceita, que a comunicação social local atribui ao facto de ter sido apresentado uma versão preliminar do documento, no qual a queda do PIB no segundo trimestre era de 12,7%, que terá merecido a discordância do Governo, tal como terá também acontecido em janeiro relativamente aos números da inflação.
A Lusa questionou a direção do INE sobre esta alegada diferença entre o relatório inicial e o que foi publicado, durante a conferência de imprensa que decorreu com transmissão no Facebook, mas não houve resposta para esta pergunta.
No encontro com os jornalistas, a nova diretora-geral lembrou que a queda do PIB no segundo trimestre face ao período homólogo resulta dos "problemas estruturais que estão na nossa economia, e que foram agravados pelo impacto da pandemia de covid-19".
Channey Rosa John alertou ainda que "a pandemia não vai terminar agora" e concluiu que "estão a ser tomadas medidas para ver o que se consegue fazer para termos uma economia saudável e restaurada".
Durante a conferência de imprensa, a direção do INE foi também questionada sobre o impacto de uma queda de 8,8% no segundo trimestre, que se junta à variação negativa de 0,5% nos primeiros três meses deste ano, que por sua vez surge na sequência de quatro anos de crescimento anual negativo.
"O mundo em geral está a passar por um momento muito difícil, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para uma quebra acima de 4%, e Angola não é um país isolado, essas questão afetam significativamente o país, sendo que Angola não foi só afetada pela pandemia, já vinha experimentando recessões ao longo dos últimos quatro anos, que foram agravadas com a situação da pandemia", disse a diretora adjunta do departamento económico.
De seguida, acrescentou: "O INE faz inferência estatística, não define a política macroeconómica, apresenta a fotografia do ponto de vista da caracterização, para ajudar os decisores de política macroeconómica a tomarem decisões coerentes, consistentes e que certamente vão impactar a vida de todos nós; o que o INE deve fazer para ajudar a tomar essas decisões é entregar e colocar à disposição dados estatísticos fiáveis e credíveis que vão permitir a tomada de decisões de política macroeconómica".
África registou nas últimas 24 horas mais 117 mortos devido à covid-19, num total de 41.262 óbitos, e o número de infetados subiu para 1.716.864, segundo os dados mais recentes da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nos 55 Estados-membros da organização houve mais 9.123 infetados e o número de recuperados subiu 7.290 nas últimas 24 horas, para um total de 1.406.528.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Angola lidera em número de mortos e Moçambique em número de casos.
Angola regista 268 óbitos e 9.381 casos, seguindo-se Cabo Verde (94 mortos e 8.396 casos), Moçambique (86 mortos e 11.986 casos), Guiné Equatorial (83 mortos e 5.079 casos), Guiné-Bissau (41 mortos e 2.403 casos) e São Tomé e Príncipe (15 mortos e 935 casos).
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e quase 42,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.