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Rui Pinto continua em prisão preventiva e diz ser "preso político"

O hacker afirma ser "uma espécie de preso político" e acusa o Ministério Público de proteger crimes: "É contra esta podridão que eu tenho lutado".

25 de Setembro de 2019 às 22:39
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O hacker Rui Pinto (na foto), acusado pelo Ministério Público de 147 crimes informáticos e de extorção, vai manter-se em prisão preventiva e diz ser um preso político. O arguido no caso de tentativa de exotrsão à Doyen voltou a criticar a justiça portuguesa num comunicado divulgado na sua conta na rede social Twitter. 

 

"A manutenção da medida de coação de prisão preventiva é simplesmente apenas mais um episódio revelador do terrorismo judicial de que venho sendo alvo", escreve o hacker que afirma que é uma "espécie de preso político". "O Ministério Público transformou-me numa espécie de preso político, silenciando e proibido de receber visitas de jornalistas, tudo em nome do interesse nacional, e com o objetivo de garantir a proteção da grande corrupção e evasão fiscal", escreve no comunicado.

Mas as críticas de Rui Pinto não se ficam por aqui. "Nestes últimos seis meses nunca fui abordado por qualquer inspetor da Polícia Judiciária ou procurador do Ministério Público especializado na investigação de crimes financeiros ou de corrupção. Para além disso, não existe nenhuma investigação aos indícios criminais revelados no Football Leaks, nem às diversas denúncias anónimas que submeti através da plataforma de denúncias anónimas do DCIAP, entre os anos 2017 e 2018", diz Pinto. Já a defesa do hacker tinha afirmado, aquando da acusação ter sido tornada pública, que o MP não permitia a Rui Pinto continuar a colaborar com as investigações internacionais à corrupção no mundo do futebol.

"E, apesar de ter oferecido a minha total disponibilidade para colaborar com as autoridades portugueses, nos mesmos moldes da colaboração estabelecida com França e Bélgica, o Ministério Público, representado pela procuradora Patrícia Brandão, foi claro ao referir expressamente que apenas pretende a minha colaboração numa lógica de auto-incriminação e não para investigar crimes cometidos por terceiros", acusa Rui Pinto.

"É contra esta podridão que eu tenho lutado, e é por isto que sou um alvo a abater. Felizmente terei em tribunal o palco ideal para contar muito do que sei", conclui o hacker.

Rui Pinto foi acusado de 147 crimes: 63 de violação correspondência, 75 de acesso ilegítimo, sendo que um é na forma agravada, um de extorsão na forma tentada, um de sabotagem informática e sete de violação de correspondência na forma agravada.

De acordo com a acusação, o pirata informático devassou os sistemas informáticos e de email do Sporting, Doyen, Federação Portuguesa de Futebol, Sociedade de Advogados PLMJ, Procuradoria Geral da República e Departamento Central de Investigação e Acção Penal, entre 2015 e 2019. As provas terão sido encontradas em inúmeros programas encontrados nos seus computadores e discos rígidos apreendidos na Hungria.

Nos equipamentos apreendidos a Rui Pinto foram encontrados ficheiros com anotações sobre cada uma das instituições alvo de pirataria informática e também apontamentos que referem que o consórcio internacional de jornalistas poderá ter pago várias despesas do hacker e ter-lhe dado direito de veto sobre as notícias a publicar.

Em prisão preventiva desde 22 de março deste ano, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu (MDE), que apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen.

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