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Rui Pinto continua em prisão preventiva e diz ser "preso político"
O hacker afirma ser "uma espécie de preso político" e acusa o Ministério Público de proteger crimes: "É contra esta podridão que eu tenho lutado".
O hacker Rui Pinto (na foto), acusado pelo Ministério Público de 147 crimes informáticos e de extorção, vai manter-se em prisão preventiva e diz ser um preso político. O arguido no caso de tentativa de exotrsão à Doyen voltou a criticar a justiça portuguesa num comunicado divulgado na sua conta na rede social Twitter.
"A manutenção da medida de coação de prisão preventiva é simplesmente apenas mais um episódio revelador do terrorismo judicial de que venho sendo alvo", escreve o hacker que afirma que é uma "espécie de preso político". "O Ministério Público transformou-me numa espécie de preso político, silenciando e proibido de receber visitas de jornalistas, tudo em nome do interesse nacional, e com o objetivo de garantir a proteção da grande corrupção e evasão fiscal", escreve no comunicado.
"E, apesar de ter oferecido a minha total disponibilidade para colaborar com as autoridades portugueses, nos mesmos moldes da colaboração estabelecida com França e Bélgica, o Ministério Público, representado pela procuradora Patrícia Brandão, foi claro ao referir expressamente que apenas pretende a minha colaboração numa lógica de auto-incriminação e não para investigar crimes cometidos por terceiros", acusa Rui Pinto.
"É contra esta podridão que eu tenho lutado, e é por isto que sou um alvo a abater. Felizmente terei em tribunal o palco ideal para contar muito do que sei", conclui o hacker.
Rui Pinto foi acusado de 147 crimes: 63 de violação correspondência, 75 de acesso ilegítimo, sendo que um é na forma agravada, um de extorsão na forma tentada, um de sabotagem informática e sete de violação de correspondência na forma agravada.
De acordo com a acusação, o pirata informático devassou os sistemas informáticos e de email do Sporting, Doyen, Federação Portuguesa de Futebol, Sociedade de Advogados PLMJ, Procuradoria Geral da República e Departamento Central de Investigação e Acção Penal, entre 2015 e 2019. As provas terão sido encontradas em inúmeros programas encontrados nos seus computadores e discos rígidos apreendidos na Hungria.
Nos equipamentos apreendidos a Rui Pinto foram encontrados ficheiros com anotações sobre cada uma das instituições alvo de pirataria informática e também apontamentos que referem que o consórcio internacional de jornalistas poderá ter pago várias despesas do hacker e ter-lhe dado direito de veto sobre as notícias a publicar.
Em prisão preventiva desde 22 de março deste ano, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu (MDE), que apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen.