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Reinaldo Teles pediu empréstimos ao BPN-crédito por "problemas financeiros"
O dirigente portista assumiu que pediu um empréstimo em seu nome e, depois, mais dois, mas que ficaram em nome de amigos, tendo ele ficado como avalista. "Mas, paguei tudo, não fiquei a dever nada", frisou.
O administrador da SAD do FC Porto, Reinaldo Teles, disse esta segunda-feira, em tribunal, que pediu empréstimos no BPN-Crédito, cujo ex-presidente e ex-administradores estão envolvidos num processo por burla qualificada e abuso de confiança, por "problemas financeiros".
O dirigente portista, que é testemunha no processo, assumiu que pediu um empréstimo em seu nome e, depois, mais dois, mas que ficaram em nome de amigos, tendo ele ficado como avalista. "Mas, paguei tudo, não fiquei a dever nada", frisou.
O ex-presidente do BPN-Crédito e mais três ex-administradores estão acusados de conceder empréstimos irregulares de 23 milhões de euros e de um desfalque de 3,7 milhões de euros.
Os arguidos, com idades entre os 47 e 51 anos, que respondem pelos crimes de burla agravada e abuso de confiança, aprovavam créditos fraudulentos com o objectivo de enriquecer, refere a acusação.
O crédito, que tinha como finalidade a compra de carros, era usado "à revelia do banco" para financiar dirigentes e clubes de futebol da região Norte e negócios privados tendo, em alguns casos, recompensas financeiras como contrapartidas.
Os contratos, que referiam destinar-se a empréstimos para a aquisição de carros de luxo, eram fictícios dado não haver qualquer compra.
Segundo a acusação, os créditos eram concedidos sem as garantias necessárias e com taxas de juro "irrisórias" para a época.
Reinaldo Teles assumiu ter tido "vida facilitada" na atribuição de créditos por conhecer o ex-presidente do BPN-Crédito porque trabalhavam no mesmo edifício.
"Quando me cruzava com ele no edifício ou estacionamento dizia que se precisasse de alguma coisa para dizer", frisou.
Alegando ter problemas financeiros, Reinaldo Teles decidiu então recorrer ao BPN-crédito, assumindo que não lhe exigiram garantias nenhumas, apenas a documentação normal, explicou.
E, acrescentou, "a taxa de juro era dentro do praticado".
O administrador da SAD portista realçou que o dinheiro não era para a compra de carro, mas para "necessidades pessoais".
Em 2001, depois desta situação no BPN-Crédito, com sede no Porto, ter sido tornada pública, o ex-presidente da sociedade financeira do grupo Sociedade Lusa de Negócios responsável pelo crédito automóvel, Óscar Silva, e mais três ex-administradores, Mário Martins, Jorge Costa e Alfredo Machado, demitiram-se.