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Procurador especial dos EUA convoca grande júri para investigar ingerência russa

O The Wall Street Journal avança que Robert Mueller, procurador especial dos EUA, convocou a comparência de um grande júri em Washington, no caso da investigação à potencial interferência do Kremlin nas eleições presidenciais do passado dia 8 de Novembro.

Reuters
03 de Agosto de 2017 às 22:40
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Robert S. Mueller III (na foto), que está a investigar as possíveis ligações entre a campanha de Donald Trump e a Rússia nas presidenciais do ano passado, alargou a sua investigação ao próprio presidente para analisar os seus negócios financeiros. E hoje o The Wall Street Journal avançou que há desenvolvimentos de relevo.

 

O WSJ sublinha que Mueller convocou a comparência de um grande júri do tribunal federal de Washington, o que significa que a investigação está a intensificar-se e a entrar numa nova fase. Isto porque o grande júri – cidadãos convocados para integral um painel que delibera se os elementos apresentados são susceptíveis de passar a uma fase de acusação – pode levar a que seja intentada uma acção judicial.

Também o The Washington Post refere que estes desenvolvimentos são "um sinal de que os investigadores continuam, agressivamente, a recolher provas neste caso".

Mueller, recorde-se, começou por investigar o ex-assessor de segurança nacional de Trump, Michael Flynn, que se demitiu no passado dia 13 de Fevereiro.

 

A polémica em torno de Flynn surgiu quando o The Washington Post noticiou que o conselheiro de Trump tinha falado – durante contactos telefónicos com representantes russos, nomeadamente o embaixador russo junto das Nações Unidas, Sergey Kislyak – sobre as sanções impostas pelos EUA à Rússia na sequência da anexação unilateral da Crimeia pela Rússia em 2014.

 

Flynn começou por negar esses factos, sendo depois acusado de mentir quando admitiu que o tema das sanções poderia ter surgido durante os telefonemas – alguns dos quais feitos ainda durante a campanha de Trump para as eleições.

 

Por esse facto, Flynn pediu desculpas a Mike Pence [que o tinha defendido em várias ocasiões a respeito desta polémica], reconhecendo que tinha fornecido "informação incompleta" sobre essas conversas ao vice-presidente dos EUA. O tenente-general achou então, por bem, apresentar a sua demissão.

 

Entretanto, dois senadores norte-americanos apresentaram esta quinta-feira um projeto de lei bipartidário, destinado a proteger Robert Mueller, sob pressão desde que dirige este inquérito sobre eventuais conluios entre a campanha eleitoral de Trump e dirigentes russos, sublinhou a agência Lusa.

 

O texto, apresentado pelo democrata Chris Coons e pelo republicano Thom Tillis, "visa impedir um presidente de demitir um procurador especial, sem controlo jurisdicional. Se fosse demitido, Mueller poderia assim contestar essa decisão em tribunal", refere a mesma fonte.

 

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