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Investigadores querem saber se ex-assessor de Trump esteve a soldo do governo turco
Os responsáveis pela investigação sobre a alegada ligação entre Donald Trump e a Rússia pediram à Casa Branca documentos sobre o ex-assessor de segurança nacional do presidente norte-americano, Michael Flynn, que se demitiu no passado dia 13 de Fevereiro.
A investigação prossegue e aprofunda-se. Depois de, na quinta-feira, o The Wall Street Journal ter avançado que Robert S. Mueller, procurador especial dos EUA – que está a investigar as possíveis ligações entre a campanha de Donald Trump e a Rússia nas presidenciais do ano passado, tendo alargado a sua investigação ao próprio presidente para analisar os seus negócios financeiros – decidiu convocar a comparência de um grande júri do tribunal federal de Washington, o que significa que a investigação está a intensificar-se e a entrar numa nova fase, hoje o The New York Times diz que foi solicitada à Casa Branca informação sobre Michael T. Flynn (na foto).
Flynn, recorde-se, era o assessor de segurança nacional de Trump e demitiu-se no passado dia 13 de Fevereiro, após 24 dias no cargo. A polémica em torno de Flynn surgiu quando o The Washington Post noticiou que o então conselheiro de Trump tinha falado – durante contactos telefónicos com representantes russos, nomeadamente o embaixador russo junto das Nações Unidas, Sergey Kislyak – sobre as sanções impostas pelos EUA à Rússia na sequência da anexação unilateral da Crimeia pela Rússia em 2014.
O ex-assessor de segurança nacional de Donald Trump começou por negar esses factos, sendo depois acusado de mentir quando admitiu que o tema das sanções poderia ter surgido durante os telefonemas – alguns dos quais feitos ainda durante a campanha de Trump para as eleições.
Por esse facto, Flynn pediu desculpas a Mike Pence [que o tinha defendido em várias ocasiões a respeito desta polémica], reconhecendo que tinha fornecido "informação incompleta" sobre essas conversas ao vice-presidente dos EUA. O tenente-general achou então, por bem, apresentar a sua demissão.
Agora, o enredo adensa-se, já que os investigadores de Mueller suspeitam que Flynn poderá ter recebido pagamentos secretos do governo turco nos últimos meses da campanha para as presidenciais norte-americanas.
De acordo com o The New York Times, os responsáveis pela investigação questionaram já várias testemunhas sobre os negócios do lobbyista turco-americano Ekim Alpetkin, que terá pago à consultora do general norte-americano, a Flynn Intel Group, 530 mil dólares, ainda durante fase da campanha eleitoral nos EUA. Nessa altura, Michael Flynn assessorava o ainda candidato republicano.
A consultora de Flynn recebeu esse dinheiro para levar a cabo uma campanha no sentido de descredibilizar um opositor do governo turco, Fetullah Gulen, que foi acusado de orquestrar a tentativa de golpe de Estado de há um ano na Turquia. Alpektin já negou publicamente que tenha algo a ver com esses pagamentos.