Não se sabe por que José Sócrates foi detido neste final de sexta-feira, 21 de Novembro. Sabe-se que não é um processo com origem no Monte Branco, nem está nele incluído. O inquérito em que se insere a sua detenção investiga "suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção".

Há alguns meses, Sócrates falou sobre capitais. "Nunca" teve capitais para movimentar, disse na RTP quando se defendeu de uma notícia da revista Sábado, de 30 de Julho, sobre o facto de estar a ser investigado no âmbito do caso de corrupção fiscal Monte Branco.

A Procuradoria-Geral da República, que confirmou a detenção para interrogatório, escreve que a "investigação é independente do denominado inquérito Monte Branco, não tendo tido origem no mesmo".

Mas os crimes de que é suspeito quem está em investigação passam por capitais e corrupção. Temas que o antigo primeiro-ministro comentou nessa reacção na RTP1. "Se estamos a falar de um caso de ocultação de capitais, é preciso capitais para ocultar", defendeu-se.

"Não tenho conta no estrangeiro. Nunca tive contas no estrangeiros nem tenho capitais para movimentar. Em França, tenho uma conta da Caixa Geral de Depósitos, sempre foi o meu banco. Só tenho uma conta bancária há mais de 25 anos. Não tenho nenhumas poupanças", declarou o responsável, em reacção dirigida à notícia da Sábado que a PGR fez questão de desmentir para dizer que Sócrates não estava a ser investigado no âmbito daquele caso.

"Quando fui viver para Paris, pedi um empréstimo para poder estar um ano sabático e poder viver sem trabalhar, como estive nesse ano", explicou o ex-governante, que esteve a estudar em Paris. "O meu património é declarado ao Tribunal Constitucional desde que sou deputado há mais de 15 anos", garantiu ainda.

Especificamente sobre o Monte Branco, Sócrates disse desconhecer os envolvidos. "Não tenho nem capitais, nunca tive contas no estrangeiros, não conheço ninguém da Akoya, ninguém que costuma ser referenciado no caso Monte Branco".