Notícia
Nuno Vasconcellos diz que nada fazia prever que investimentos no GES e na PT "tivessem sido tão prejudiciais para a Ongoing"
O presidente da Ongoing disse esta quinta-feira, 7 de Janeiro, que "nunca pediu qualquer informação" ao ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho sobre cidadãos russos ligados ao negócio do porto de Astakos (Grécia).
07 de Janeiro de 2016 às 14:48
Nuno Vasconcellos falava como arguido no julgamento do caso das secretas em que a acusação sustenta que, em finais de 2010, o presidente da Ongoing decidiu contratar Jorge Silva Carvalho para os quadros da empresa, para que este último obtivesse informação privilegiada das secretas para aquele grupo empresarial.
"Nunca pedi nenhuma informação a Jorge Silva Carvalho ou a qualquer outra pessoa de uma entidade estatal", disse o presidente da Ongoing, respondendo à juíza presidente do colectivo, Rosa Brandão.
Nuno Vasconcellos revelou ter conhecido Silva Carvalho na maçonaria há vários anos, depositar nele "grande confiança" e ter aceitado o seu pedido para o contratar porque o então director do SIED "andava amargurado" com o que se estava a passar nas secretas.
Justificou ainda a contratação de Silva Carvalho pelas suas qualidades de gestor, observando que este tinha concretizado com sucesso a fusão de serviços nas secretas.
"Nunca vi o Silva Carvalho como um espião, mas como um gestor", frisou o presidente da Ongoing, que está acusado de corrupção activa para acto ilícito.
Apesar de reconhecer que foi ele que "abriu a porta" para que Silva Carvalho trabalhasse na Ongoing, Nuno Vasconcellos disse ter sido Rafael Mora, vice-presidente executivo da empresa, que tratou das questões salariais e outros aspectos da contratação.
O arguido salientou que deixou bem claro a Silva Carvalho que, ao ir para a Ongoing, este tinha que se "desligar" completamente do SIED, prometer não voltar às secretas e não usar a Ongoing como "trampolim" para a vida política. Ou seja, teria que ser um "casamento" para durar com a Ongoing, explicou.
Quanto ao negócio para a aquisição do porto de Astakos, Nuno Vasconcellos disse que rapidamente se desinteressou do negócio, não só porque o mesmo implicava um investimento de 300 milhões de euros, mas porque a transacção estava distante do "foco" de negócios da Ongoing, mais centrados nos países de língua portuguesa, como, por exemplo, Brasil e Angola.
Revelou que o negócio da aquisição do porto de Astakos foi trazido ao seu conhecimento pelo professor Vasco Rato (educado nos EUA e que trabalhava na Ongoing) e pelo empresário Fernando Paulo Santos, que tinha negócios na África do Sul e Angola e algumas ligações a empresas participadas pela Ongoing.
Admitiu ter sido na companhia de Vasco Rato e Paulo Santos que almoçou em Lisboa com dois ex-ministros russos ligados ao porto de Astakos, mas garantiu que o fez mais interessado em descobrir outros negócios vantajosos para a Ongoing.
Insistiu que "não havia nenhum interesse da Ongoing" na aquisição do porto de Astakos e que desconhecia em absoluto que Silva Carvalho tivesse fornecido a Paulo Santos informações sobre os cidadãos russos.
Nuno Vasconcellos admitiu que a actual situação financeira da Ongoing em Portugal é complicada, precisando que a empresa tem perto de 400 empregados, é um grande exportador de tecnologias de informação para o Brasil e tem uma "dívida enormíssima".
Justificou que nada fazia prever que os investimentos no Grupo Espírito Santo e na PT tivessem sido tão prejudiciais para a Ongoing.
"Nunca pedi nenhuma informação a Jorge Silva Carvalho ou a qualquer outra pessoa de uma entidade estatal", disse o presidente da Ongoing, respondendo à juíza presidente do colectivo, Rosa Brandão.
Justificou ainda a contratação de Silva Carvalho pelas suas qualidades de gestor, observando que este tinha concretizado com sucesso a fusão de serviços nas secretas.
"Nunca vi o Silva Carvalho como um espião, mas como um gestor", frisou o presidente da Ongoing, que está acusado de corrupção activa para acto ilícito.
Apesar de reconhecer que foi ele que "abriu a porta" para que Silva Carvalho trabalhasse na Ongoing, Nuno Vasconcellos disse ter sido Rafael Mora, vice-presidente executivo da empresa, que tratou das questões salariais e outros aspectos da contratação.
O arguido salientou que deixou bem claro a Silva Carvalho que, ao ir para a Ongoing, este tinha que se "desligar" completamente do SIED, prometer não voltar às secretas e não usar a Ongoing como "trampolim" para a vida política. Ou seja, teria que ser um "casamento" para durar com a Ongoing, explicou.
Quanto ao negócio para a aquisição do porto de Astakos, Nuno Vasconcellos disse que rapidamente se desinteressou do negócio, não só porque o mesmo implicava um investimento de 300 milhões de euros, mas porque a transacção estava distante do "foco" de negócios da Ongoing, mais centrados nos países de língua portuguesa, como, por exemplo, Brasil e Angola.
Revelou que o negócio da aquisição do porto de Astakos foi trazido ao seu conhecimento pelo professor Vasco Rato (educado nos EUA e que trabalhava na Ongoing) e pelo empresário Fernando Paulo Santos, que tinha negócios na África do Sul e Angola e algumas ligações a empresas participadas pela Ongoing.
Admitiu ter sido na companhia de Vasco Rato e Paulo Santos que almoçou em Lisboa com dois ex-ministros russos ligados ao porto de Astakos, mas garantiu que o fez mais interessado em descobrir outros negócios vantajosos para a Ongoing.
Insistiu que "não havia nenhum interesse da Ongoing" na aquisição do porto de Astakos e que desconhecia em absoluto que Silva Carvalho tivesse fornecido a Paulo Santos informações sobre os cidadãos russos.
Nuno Vasconcellos admitiu que a actual situação financeira da Ongoing em Portugal é complicada, precisando que a empresa tem perto de 400 empregados, é um grande exportador de tecnologias de informação para o Brasil e tem uma "dívida enormíssima".
Justificou que nada fazia prever que os investimentos no Grupo Espírito Santo e na PT tivessem sido tão prejudiciais para a Ongoing.