Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Nova bastonária da Ordem dos Advogados prevê ano judicial “conturbado”

Fernanda de Almeida Pinheiro antecipa mais incumprimento de contratos de crédito. Na cerimónia de abertura do Ano Judicial, a bastonária insistiu na revisão de custas, honorários e no acesso dos advogados à previdência.

Mariline Alves
10 de Janeiro de 2023 às 16:21
  • ...

A nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro, antecipa um ano judicial "conturbado", com subida das pendências relacionadas com o incumprimento de contratos de crédito bancário.

 

"Estamos perante uma guerra na Europa e uma crise económico-financeira, que é sua consequência, o que poderá significar um aumento de pendências processuais. Principalmente, por via do previsível incumprimento contratual de mútuos bancários por parte das famílias", alertou nesta terça-feira, na cerimónia de abertura do ano judicial, na qual tradicionalmente os operadores do sector fazem relato da falta de recursos e elencam prioridades,

 

No discurso inicial da cerimónia, no Supremo Tribunal de Justiça, Fernanda de Almeida Pinheiro listou também as prioridades da Ordem dos Advogados, que lidera desde o arranque desta semana.

 

Em primeiro lugar, uma alteração profunda nas custas judiciais, a serem aplicadas de acordo com os rendimentos de cada cidadão para garantir maior equidade no acesso à justiça.

 

"Sendo a justiça um serviço público, não poderá jamais ser considerada como um custo ou como uma despesa do Estado. Já para o cidadão ou para a cidadã que a ela recorre, a justiça é um serviço público demasiado dispendioso, atendendo ao valor exorbitante das taxas de justiça, o que arreda uma parte substancial da população de poder ver garantido este seu direito constitucional", afirmou.

 

A bastonária apelou também  ao reforço de meios humanos em todo o sistema, da investigação criminal à reinserção social, à revisão das tabelas de honorários dos advogados e à garantia de acesso da classe a um sistema de previdência que suporte, nomeadamente, licenças de parentalidade.

 

A responsável descreveu também um sistema de justiça administrativa e fiscal "totalmente paralisado" e de manutenção de processos de execuções judiciais arrastados no tempo.

 

No discurso, Fátima de Almeida Pinheiro indicou ainda a intenção da Ordem dos Advogados de tomar medidas que possam impedir a entrada em vigor da nova lei das ordens profissionais, aprovada já no Parlamento. A Ordem diz ver no diploma uma ameaça à liberdade e autonomia profissionais.

 

 

Ver comentários
Saber mais Fernanda de Almeida Pinheiro Ordem dos Advogados crime lei e justiça
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio