Notícia
MP pediu ao Constitucional para analisar declarações do ministro Siza Vieira
O Ministério Público anunciou esta quarta-feira que requereu ao Tribunal Constitucional para analisar as declarações de incompatibilidades e de rendimentos do ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira.
"O Ministério Público, por sua iniciativa, requereu, hoje mesmo, a referida abertura de vista, por forma a que possa proceder à análise das declarações de incompatibilidades e de rendimentos do declarante", refere a Procuradoria-Geral da República (PGR), em comunicado divulgado esta quarta-feira, 23 de Maio.
O documento salienta que se o Ministério Público necessitar de mais informações vai "requerer ao declarante a prestação de elementos complementares ou o esclarecimento de dúvidas".
"Só findo este procedimento, o Ministério Público poderá pronunciar-se sobre a existência ou não de incompatibilidades, que submeterá à apreciação do Tribunal Constitucional", frisa.
O comunicado esclarece ainda que, nos termos da lei, os titulares de cargos políticos devem depositar no Tribunal Constitucional a declaração de inexistência de incompatibilidades ou impedimentos, donde constem os cargos, funções e actividades profissionais exercidas pelo declarante.
"Para esse efeito, de acordo com o art.º 112.º da Lei 28/82 de 15 de Novembro, é aberta vista ao Ministério Público junto do Tribunal Constitucional para que promova a intervenção deste tribunal, se entender que se verifica incumprimento da lei", adianta a PGR.
O PSD questionou hoje a conduta do ministro-adjunto, Siza Vieira, mas o primeiro-ministro defendeu-o e rejeitou qualquer incompatibilidade pessoal ou violação do Código de Conduta do Governo.
No debate quinzenal, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, centrou grande parte da sua intervenção em dois casos que envolveram o ministro Adjunto: o seu pedido de escusa de matérias relativas ao sector eléctrico, depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela China Three Gorges (CTG) à EDP, e o facto de ter criado uma empresa familiar na véspera de ser empossado, tendo dito hoje desconhecer que tal era incompatível.
Sobre a empresa familiar, Costa rejeitou que haja actualmente qualquer incompatibilidade - "mal foi detectada, foi corrigida" e o ministro deixou de ser sócio - e classificou o caso como "um lapso", admitindo que ele próprio já os teve em atrasos de entregas de declarações ao Tribunal Constitucional.