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Monte Branco: Há suspeitos que apenas intervieram na circulação de fundos
DCIAP esclarece que nem todos os suspeitos de busca serão criminalmente responsabilizados
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) esclareceu hoje que nem todas as pessoas e empresas visadas nas buscas da operação Monte Branco são suspeitos de terem beneficiado dos fundos. Também há suspeitos de terem tido "mera intervenção na sua circulação", que poderão não ser criminalizados.
O comunicado oficial foi divulgado depois da imprensa ter noticiado, esta manhã, que a operação envolveu buscas na casa do ex-ministro das Finanças, Medina Carreira, e do ex-presidente do Benfica, Manuel Vilarinho.
"Não tenho nada de ver com o assunto, é um equívoco, é uma difamação, o que quer que seja", frisou esta manhã o ex-ministro das Finanças, em declarações à Lusa.
O DCIAP informa que as buscas realizadas esta semana deram cumprimento a 21 mandados de busca, "envolvendo pessoas e sociedades conexas com a actividade de construção civil, compra e venda de imóveis e consultoria na área financeira".
Em investigação está um conjunto de movimentos financeiros que ocorreram entre 2006 e 2012, "realizados no quadro de um esquema de ocultação da origem dos fundos e da sua conversão em numerário", abrangendo montantes superiores a 30 milhões de euros. Em causa está a eventual prática de crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
"As pessoas e sociedades visadas no referido conjunto de diligências não eram apenas as suspeitas de serem as beneficiárias dos fundos, mas também algumas apenas suspeitas de terem tido mera intervenção na sua circulação, sem que o simples facto de terem sido visadas pelas diligências de busca signifique a sua responsabilização no futuro", afirma fonte oficial do DCIAP em comunicado.
Foi constituído um arguido, que depois de um primeiro interrogatório aguarda o desenvolvimento do processo em sua casa.