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Mário Lino: "Sócrates foi preso sem saber porquê"

Mário Lino, Edite Estrela e Carlos Martins visitaram o ex-primeiro-ministro em Évora. O antigo ministro socialista diz que Sócrates não foi confrontado com provas nem indícios pela acusação. Lino e Estrela pediram a divulgação das provas. Martins não prestou declarações.

Miguel Baltazar
Negócios 06 de Janeiro de 2015 às 18:16
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Mário Lino, antigo ministro das Obras Públicas de José Sócrates, disse nesta terça-feira estar a acompanhar "com muita preocupação" o processo contra o ex-primeiro-ministro por "constatar que uma pessoa pode ser presa sem saber porquê".  Falando à saída do estabelecimento prisional de Évora, onde foi visitar Sócrates acompanhado da antiga eurodeputada socialista Edite Estrela, o ex-governante disse "não fazer sentido que uma pessoa possa ser presa preventivamente, numa democracia, sem saber porquê".

 

"O engenheiro José Sócrates diz que não lhe foram apresentadas nenhumas provas", disse. Confrontado pelos jornalistas com o facto de o processo penal não prever que sejam apresentadas as provas na fase de instrução do processo e com a probabilidade de José Sócrates ter sido posto a par dos indícios da prática dos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada de que é indiciado pelo Ministério Público, Mário Lino respondeu que José Sócrates tão pouco foi confrontado com indícios.

 

É, então, um caso político? "Não sei se é caso político. Mas gostava que a justiça fosse mais transparente para cidadãos. Prender uma pessoa é uma coisa muito grave. Só se deve prender quando há provas e essas têm de ser apresentadas", respondeu, depois de ter afirmado estar "convicto" da inocência do ex-secretário-geral do PS que está inocente. "Tenho esperança de que saia o mais rapidamente possível. Vejo que ele está muito lutador".

 

Também Edite Estrela disse acreditar na inocência do "amigo de quem gosto muito", considerando a sua detenção "injustificada". "É a minha opinião. Não tenho acesso ao processo, mas gostaria de saber quais são as provas que existem, que deviam ser divulgadas e não foram".

 

Carlos Martins, vice-presidente da câmara na Covilhã, homem muito próximo do ex-primeiro-ministro, visitou igualmente José Sócrates em Évora, mas não prestou declarações aos jornalistas.

 

A 21 de Novembro, o antigo líder do PS e ex-primeiro-ministro foi detido e, após interrogatório judicial, ficou em prisão preventiva, por o juiz considerar existir perigo de fuga e de perturbação da recolha e da conservação da prova.

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