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Juiz Ivo Rosa atrasou investigação aos militares no roubo de Tancos

A quebra do sigilo das comunicações foi negada por Ivo Rosa e tiveram de ser os juízes da Relação de Lisboa a contrariar essa decisão e a permitir as diligências que ajudaram a desvendar o caso.

14 de Outubro de 2019 às 10:04
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A chamada supostamente anónima, feita de uma cabine telefónica do Montijo para o piquete da Judiciária Militar (PJM), a dar conta do paradeiro das armas roubadas de Tancos, levou os inspetores da Judiciária civil a pedir às operadoras de telecomunicações as listas de tráfego das antenas daquela zona.

 

Porém, a validação acabou por ser travada pelo juiz de instrução, Ivo Rosa. Só cinco meses mais tarde, após o Ministério Público recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa, é que foi autorizada a quebra do sigilo das comunicações, que acabou por ser fundamental para descobrirem que essa chamada tinha sido feita por um militar da PJM. 

 

Segundo o Público, que escreve esta segunda-feira, 14 de outubro, que Ivo Rosa "tentou proteger a PJM das investigações da sua congénere civil ao reaparecimento do material bélico", o mesmo magistrado já tinha inviabilizado escutas que tinham sido pedidas ainda antes do furto, na sequência de uma denúncia (feita por um cúmplice dos ladrões) de que estaria a ser preparado um roubo deste género.

 

Impedidos de questionar Costa e Marcelo

 

O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 e quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

 

O MP acusou 23 pessoas de terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida. Nove dos 23 arguidos são acusados de planear e executar o furto e os restantes 14, incluindo o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

 

Segundo escreveu a revista Sábado, o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Albano Pinto, impediu os procuradores do Ministério Público encarregues da investigação ao caso de Tancos de inquirirem como testemunhas o Presidente da República e o primeiro-ministro. A decisão teve o aval da Procuradora-Geral da República, Lucília Gago.

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