Notícia
Ferro condena "clima antiparlamentar" e "presunções de regeneração justicialista"
O presidente da Assembleia da República advertiu hoje para o "adensar de um certo clima antiparlamentar", que condenou, manifestando-se também contra "presunções de regeneração justicialista" que ponham em causa a autonomia do parlamento.
06 de Janeiro de 2020 às 17:14
Eduardo Ferro Rodrigues deixou estas mensagens na sessão solene de abertura do ano judicial, num discurso em que destacou as novas regras "em matéria de rigor e transparência" aprovadas pelo parlamento para os decisores públicos e defendeu que agora há que, "sem margem para hesitações, estabelecer os meios imprescindíveis à boa execução das leis".
"É esse o processo que, em matéria de transparência, também agora se inicia, designadamente no quadro da apreciação do Orçamento do Estado para 2020. Estou confiante que, tal como superámos bem os desafios anteriores, superaremos este, que é um desafio fundamental", acrescentou Ferro Rodrigues, nesta cerimónia realizada no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
O presidente da Assembleia da República referiu-se depois ao atual quadro parlamentar, observando que "nem tudo são rosas num órgão de representação plural, composto de 230 deputados de diferentes origens e credos políticos, num órgão que exprime o pluralismo, a diferença e o conflito inerentes à vivência plena da democracia".
"O presidente da Assembleia da República não assiste indiferente ao adensar de um certo clima antiparlamentar e em última análise contrário aos fundamentos da democracia representativa", afirmou.
Segundo Ferro Rodrigues, esse "clima antiparlamentar" vai "seguindo as modas do populismo" e "encontra pretexto fácil nos descontentamentos do tempo para pôr em causa valores e princípios democráticos, de legítima consagração constitucional e evidente justificação histórica".
"O parlamento é, no Estado de direito democrático, a pedra angular da democracia. Não se sobrepõe a quaisquer outros órgãos do sistema constitucional, mas também não abdica da sua autonomia, designadamente face a presunções de regeneração justicialista que não saibam respeitar os limites impostos pela autonomia da Instituição parlamentar", declarou, em seguida.
Ferro Rodrigues saiu em defesa de "certos institutos inerentes à dignidade da instituição parlamentar, como o regime da inviolabilidade, insindicabilidade judicial dos deputados pelos seus votos e opiniões, imunidades e impedimentos".
Para alguns, disse, "parecem coisa do passado", mas "para o presidente da Assembleia da República tais institutos constituem, porém, matéria da maior atualidade que, se não for corajosamente preservada no presente, implicará a inevitável decadência do regime no futuro".
"É esse o processo que, em matéria de transparência, também agora se inicia, designadamente no quadro da apreciação do Orçamento do Estado para 2020. Estou confiante que, tal como superámos bem os desafios anteriores, superaremos este, que é um desafio fundamental", acrescentou Ferro Rodrigues, nesta cerimónia realizada no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
"O presidente da Assembleia da República não assiste indiferente ao adensar de um certo clima antiparlamentar e em última análise contrário aos fundamentos da democracia representativa", afirmou.
Segundo Ferro Rodrigues, esse "clima antiparlamentar" vai "seguindo as modas do populismo" e "encontra pretexto fácil nos descontentamentos do tempo para pôr em causa valores e princípios democráticos, de legítima consagração constitucional e evidente justificação histórica".
"O parlamento é, no Estado de direito democrático, a pedra angular da democracia. Não se sobrepõe a quaisquer outros órgãos do sistema constitucional, mas também não abdica da sua autonomia, designadamente face a presunções de regeneração justicialista que não saibam respeitar os limites impostos pela autonomia da Instituição parlamentar", declarou, em seguida.
Ferro Rodrigues saiu em defesa de "certos institutos inerentes à dignidade da instituição parlamentar, como o regime da inviolabilidade, insindicabilidade judicial dos deputados pelos seus votos e opiniões, imunidades e impedimentos".
Para alguns, disse, "parecem coisa do passado", mas "para o presidente da Assembleia da República tais institutos constituem, porém, matéria da maior atualidade que, se não for corajosamente preservada no presente, implicará a inevitável decadência do regime no futuro".