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Familiares receberam 1,9 milhões em offshores quando Menezes estava em Gaia

Contas do pai de Luís Filipe Menezes e de um dos filhos foram investigadas, avança o jornal Público. Processo foi arquivado por falta de provas. Dinheiro terá sido usado para comprar apartamento de luxo onde vive o antigo autarca de Gaia.

11 de Novembro de 2018 às 11:47
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Os familiares de Luís Filipe Menezes receberam quase dois milhões de euros com origem numa sociedade offshore sediada nos Estados Unidos, chamada Longe Company LLC. Dinheiro circulou depois por uma intrincada teia de contas, que segundo o Ministério Público serviu para ocultar a sua origem.

 

Segundo conta o Público, o dinheiro foi parar primeiro a uma conta na sucursal offshore de Macau do BCP, em Novembro de 2008 e aberta uns dias antes em nome do pai de Luís Filipe Menezes, então presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e de um dos filhos, Pedro.

 

Depois de circular em contas na Suíça e no Luxemburgo, o dinheiro chegou ao BES onde serviu para pagar um luxuoso apartamento no empreendimento Living Foz, por 950 milhões de euros, onde reside o ex-presidente do PSD.

 

De acordo com o jornal, as informações constam de um processo no DIAP do Porto em que Menezes foi investigado por vários crimes, incluindo corrupção, e que acabou arquivado em Julho passado por falta de provas.

 

A procuradora titular do inquérito, Maria Adelaide Morais, enviou uma carta rogatória a pedir elementos às autoridades judiciárias norte-americanas onde escreve que "se encontra demonstrada a impossibilidade absoluta" dos quase dois milhões de euros serem do pai de Menezes e do filho Pedro já que "os mesmos não apresentam proveitos que, minimamente, o sustentem".

 

Na mesma missiva, citada pelo Público, escreve que "do confronto de todos os elementos resultam indícios de que Luís Filipe Menezes, em razão do cargo desempenhado ou por causa dele, terá auferido vantagens indevidas que escamoteou, canalizando-as, através de seu pai e filho, pelo menos em parte, para conta bancária no exterior".

 

Contactado pelo jornal, Luís Filipe Menezes insiste que "nunca teve um tostão no estrangeiro" e garante que os dois milhões nada têm a ver consigo. "O dinheiro é do meu pai. Se tinham alguma dúvida deviam ter chamado o meu pai e a mim e nunca o fizeram", afirma o antigo presidente do PSD.

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