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Escândalo na Madeira: Juiz ignora envelopes com 679.500 euros

O dinheiro vivo encontrado pela PJ não foi suficiente para Jorge Bernardes de Melo validar as suspeitas da prática de crimes, assume no despacho em que manda libertar o ex-autarca Pedro Calado e os empresários Avelino Farinha e Custódio Correia.

Pedro Calado renunciou ao cargo de presidente da Câmara do Funchal durante os interrogatórios. Hélder Santos
17 de Fevereiro de 2024 às 10:00
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Este sábado, 17 de fevereiro, as manchetes do Correio da Manhã, Jornal de Notícias e Público oferecem a mesma leitura sobre o caso na Madeira: "Juiz ignora dinheiro vivo de político", intitula o CM; "Juiz desvalorizou notas e depósitos em dinheiro do autarca do Funchal", lê-se na capa do JN; "Envelopes com 679.500 euros na Madeira não levam juiz a suspeitar de crimes", afirma o Público.

 

"Os 679.500 euros em envelopes encontrados nas buscas feitas pela Polícia Judiciária (PJ) na Madeira, no mês passado, em várias residências particulares e também numa empresa, não foram suficientes para o juiz de instrução do processo validar as suspeitas da prática de crimes que lhe foram apresentadas pelos investigadores", eis o arranque da notícia do Público.

 

"Nem isso nem a dezena e meia de relógios de luxo descobertos em casa de um dos principais arguidos do caso, o ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado. Tal como também não foram considerados suspeitos os depósitos bancários em numerário efetuados pelo seu motorista, Rui Pinto, nas contas do ex-autarca", relata o mesmo jornal.

 

Já o JN conta que "foram mais de 40 mil euros que a Polícia Judiciária apreendeu a Pedro Calado, o ex-presidente da Câmara do Funchal suspeito de ter sido corrompido por dois construtores para os favorecer em concursos públicos. Mas o juiz de instrução criminal, Jorge Bernardes de Melo, que mandou libertar os arguidos rejeitando a existência de indícios de crimes, desvalorizou tanto o dinheiro vivo encontrado em casa do ex-autarca, como 180 mil euros depositados em numerário nas suas contas bancárias, ao longo dos últimos anos", detalha.

 

O CM destaca que "o juiz do caso Madeira ignorou os depósitos em numerário efetuados nas contas bancárias de Pedro calado na decisão proferida sobre a libertação de Calado e dos empresários Avelino Farinha e Custódio Correia".

 

Voltando ao Público, o jornal realça que "a maior maquia, quase meio milhão também em numerário, foi descoberta num cofre embutido numa parede de um quarto da casa de Emanuel Rebelo, empresário da noite madeirense ligado aos ralis, desporto em que há muito participa Pedro Calado. Os 13 envelopes onde o dinheiro se encontrava acondicionado tinham manuscritas inscrições sugestivas: ‘O generoso’, ‘What a smile’, ‘Good, very well thank you’, ‘C’est la vie belle’".

 

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