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DN: PJ vigiou funcionários do Fisco durante ano e meio
Os oito funcionários dos impostos detidos por corrupção eram vigiados já há um ano e meio e tinham os telemóveis e os computadores vigiados, escreve o Diário de Notícias na sua edição desta quarta-feira.
Telemóveis sob escuta, computadores vigiados e encontros com intermediários devidamente escrutinados. Durante o último ano e meio, a Polícia Judiciária teve debaixo de olho os oito funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira que foram detidos esta terça-feira por suspeitas de corrupção, revela o Diário de Notícias.
Em causa está a Operação "Tax Free", que levou à detenção de, além destes funcionários do Fisco, quatro técnicos oficiais de contas, dois empresários e um consultor fiscal. Entre os funcionários da Autoridade Tributária, avultam um advogado do Centro de Estudos Fiscais, três chefes de finanças, um inspector tributário e três técnicos, tal como o Negócios ontem noticiou.
São suspeitos de crimes de corrupção passiva e activa para acto ilícito, recebimento indevido de vantagem e falsidade informática e serão esta quarta-feira, 13 de Abril, presentes ao juiz de instrução, que determinará as medidas de coacção a aplicar.
O Diário de Notícias, que cita fonte judicial, acrescenta que entre os elementos do Fisco e os empresários interessados nos seus serviços existiria uma rede de técnicos oficiais de contas e advogados que se encarregavam de fazer a ponte entre uns e outro. O esquema, escreve o jornal, poderá ter lesado o Estado em vários milhões de euros.
Os contabilistas envolvidos "poderão ser expulsos" da Ordem dos Contabilistas Certificados, afirmou o bastonário, Domingues de Azevedo, ao Diário de Notícias. "Não podemos compactuar com situações desta natureza, não pode haver complacência, se estiveram envolvidos neste processo, que sejam condenados", afirmou o responsável.