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Declarações da Segurança Social vendidas por dois mil euros

As empresas pagavam para ter atestado de situação regularizada. Valores variavam entre dois mil e cinco mil euros, noticia o Correio da Manhã. A investigação não descarta novas detenções.

Pedro Elias/Negócios
Negócios 05 de Março de 2015 às 09:51
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Empresas em dificuldades e com dívidas à Segurança Social chegavam a pagar valores entre os dois mil e os cinco mil euros, sempre em dinheiro vivo, por atestados falsos, em que se garantia que tinham a sua situação contributiva regularizada, revela esta quinta-feira, 5 de Março, o jornal Correio da Manhã. Estes documentos serviam, depois, para se apresentarem a concursos públicos ou a fundos europeus, algo que, tendo dívidas, nunca seria possível.

 

A operação Areeiro – assim baptizada por envolver funcionários da sede do centro distrital do Instituto da Segurança Social, no Areeiro – foi ontem desencadeada e levou à detenção de cinco pessoas, dois responsáveis da Previdência, dois técnicos Oficiais de Contas e um advogado. Os cinco serão hoje ouvidos pelo juiz no tribunal de instrução criminal e são suspeitos de corrupção activa e passiva para acto ilícito e falsificação de documentos.

 

Não deverão, no entanto, ser os únicos. Segundo avança o Diário de Notícias na sua edição desta quinta-feira, o advogado e os técnicos oficiais de contas agora detidos actuavam como angariadores de "clientes" e o próximo passo da investigação será identificar e constituir arguidos dezenas de empresários da Grande Lisboa que pagaram para obter as referidas certidões de situação contributiva regularizada. Estarão em causa, acrescenta o Correio da manhã, empresas de diversos sectores, nomeadamente da construção civil, transportes e alimentação.

 

As investigações da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, conduzidas pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, decorreram no último ano e meio e levaram ontem, 4 de Março, à realização de 70 operações de busca, domiciliárias e não domiciliárias. Deverão ser apreendidos, à ordem do inquérito, carros topo de gama, residências e outros bens, que possam ter sido adquiridos por via criminosa. 

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