Notícia
Caso do inspector-geral do trabalho foi enviado para o Ministério Público
A Inspecção-geral do Ministério do trabalho, que abriu um processo disciplinar ao dirigente da Autoridade para as Condições do Trabalho, enviou o caso para o Ministério Público, escreve o Público na edição desta sexta-feira, 29 de Setembro.
Além de estar a braços com um processo disciplinar, aberto pela Inspecção-geral do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, Pedro Pimenta Braz, líder da Autoridade para as condições do Trabalho (ACT) poderá também ter de vir a responder na justiça, uma vez que o caso foi também enviado para o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, escreve o Público na sua edição desta sexta-feira, 29 de Setembro.
A inspecção-geral do Ministério do Trabalho acusa Pedro Pimenta Braz de ter divulgado junto de todos os funcionários um documento com dados pessoais de uma das suas inspectoras, com a qual tinha um diferendo, e que incluía informação sobre o estado de saúde e situação familiar da funcionária, uma notícia também avançada pelo Público.
O caso, escreve o público depois de ouvir vários especialistas, pode configurar um crime de devassa da vida privada. Tudo começou, recorde-se, com um pedido da inspectora em 2016 para ir trabalhar para um local mais próximo da residência, por razões de saúde e familiares, o que foi negado por Pimenta Braz, alegando a necessidade de ter um número mínimo de trabalhadores nos vários serviços.
A Inspectora não concordou com a decisão, expôs o caso ao Provedor de Justiça, que lhe deu razão, e interpôs um recurso ao secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, que lhe veio também a dar razão. A decisão do líder da ACT foi então revogada num despacho de 28 de Junho de 2017.
Confrontado com a decisão, Pedro Pimenta Braz mandou-a divulgar, juntamente com o processo de recurso, junto de todos os trabalhadores da ACT. O documento a que o Público teve acesso permite identificar a trabalhadora e conhecer com detalhe o seu estado de saúde e situação.
Após denuncia da Inspectora sobre o sucedido a Inspecção-geral do ministério recomendou a abertura de um processo disciplinar, o que mereceu o acordo de Vieira da Silva. Em causa está a obrigação legal de tanto o trabalhador como o empregador respeitarem os direitos de personalidade da contraparte, nomeadamente reserva quanto à intimidade da vida privada.