Notícia
Trabalhadores continuaram a suportar mais IRS em 2015
Em 2015 a carga fiscal sobre o trabalho manteve-se estável ao nível dos países da OCDE, mas os portugueses continuaram a pagar mais. A culpa é do IRS, que continuou a roubar rendimento disponível às famílias.
Em 2015 houve países que viram a sua carga fiscal sobre o trabalho diminuir, mas Portugal não esteve entre eles, muito pelo contrário: por cá, os impostos que recaíram sobre o factor trabalho continuaram a subir, devido à crescente pressão do IRS.
Segundo um relatório parcialmente divulgado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) esta terça-feira, 12 de Abril, intitulado "taxing wages", Portugal está entre o grupo de países em que a carga fiscal sobre o trabalho mais aumentou no ano passado, a par com a Austrália, Luxemburgo, Israel e Itália. Nuns casos, a tributação sobre o trabalho subiu devido aos descontos para a Segurança Social, mas no caso nacional deveu-se ao IRS, de acordo com os números divulgados pelo organismo, a partir da simulação de casos concretos de um trabalhador solteiro a receber o salário médio na economia.
Em sentido contrário, Grécia, Espanha e Estónia registaram uma quebra na carga fiscal que recai sobre o factor trabalho, entre 1% e 1,3%.
Por causa deste agravamento, Portugal também está entre os países em que a diferença entre o salário bruto e o líquido mais se acentuou entre 2014 e 2015. Ao todo, a diferença ampliou-se em 0,86 pontos percentuais, o que significa que o salário líquido encolheu nesta proporção.
Este fenómeno registou-se em 24 países entre os 31 países observados, mas Portugal foi o que registou uma diferença maior, segundo a OCDE.
Globalmente, ao nível da organização, entre 2014 e 2015 a carga fiscal sobre o trabalho manteve-se estável depois de nos anos precedentes ter subido.