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Bónus nas pensões terá taxa autónoma de IRS

Finanças garantem que não haverá agravamento do imposto, devido ao pagamento do suplemento extraordinário de outubro, tal como aconteceu em 2022. Assim, evita-se que a taxa de retenção aplicada às pensões suba com o valor dos rendimentos.

Valor médio do CSI subiu 32%, mas há menos pessoas a receber.
Pedro Catarino
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O suplemento extraordinário de pensões a ser pago em outubro terá uma taxa de IRS autónoma, garantindo que não há agravamento da tributação, assegura o Ministério das Finanças em resposta ao Negócios.

"O suplemento de pensão será sujeito a retenção na fonte de IRS, aplicando-se uma taxa autónoma da aplicada aos rendimentos das pensões pagas em outubro", refere fonte oficial do gabinete de Joaquim Miranda Sarmento.

O Governo opta assim por uma solução já anteriormente adotada aquando do pagamento bónus de "meia pensão" em outubro de 2022 e que também impediu um agravamento da retenção na fonte, para os pensionistas que viram assim o seu rendimento aumentar.

"Assim, a taxa de retenção na fonte autónoma, que será aplicada ao suplemento de pensão a pagar em outubro, será a que corresponder ao valor da pensão referente a esse mês", detalha o Ministério das Finanças. Quer isto dizer que o suplemento extraordinário será tributado na mesma proporção, mas não soma ao valor de pensão para efeitos de determinação da taxa a aplicar.

"Desta forma", sublinham Finanças, "garante-se que não haverá um agravamento da taxa de retenção na fonte, em sede de IRS, relativamente à taxa que é normalmente aplicável à pensão."

A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Festa do Pontal que marcou a "rentrée" política do PSD. O suplemento será de 200 euros brutos, para pensionistas que recebam um total de pensões até 509,26 euros (correspondente a 1 IAS – indexante de apoios sociais), de 150 euros para quem receba entre 509,26 e 1.018,52 euros e de 100 euros para aqueles cujo valor somado das pensões esteja entre 1.018,52 e 1.527,78 euros.

O universo abrangido é de cerca de 2,4 milhões de pensionistas, "correspondente a 94%" do total, de acordo com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS). O suplemento será pago por pensionista e não pela soma das pensões que cada pessoa recebe. Os beneficiários não terão de fazer nada, com o valor adicional a chegar automaticamente em outubro, "por transferência bancária ou vale postal", precisa fonte oficial do Ministério da Segurança Social.

Financiado pelo Orçamento do Estado

A medida, com um custo estimado de 422 milhões de euros, vai ser integralmente financiada pelo Orçamento do Estado (OE), confirmou ao Negócios fonte oficial do Ministério das Finanças. É o que geralmente acontece no caso de medidas extraordinárias de apoio aos rendimentos sem base contributiva.

A atribuição deste bónus estará relacionada com o bom desempenho da receita fiscal que será confirmada na execução orçamental de julho com divulgação prevista para o dia 30 deste mês.

Tratando-se de uma medida excecional justificada pelo andamento das contas públicas ela só é garantida pelo Governo para este ano, não integrando o valor da pensão que serve de base à atualização de janeiro. Contudo, o primeiro-ministro admitiu que "a vontade era que estes valores pudessem corresponder a um aumento das pensões de forma permanente para os próximos anos", mas que tudo vai depender da situação económica e orçamental.

"A situação financeira que nós estimamos para este ano permite-nos tomar esta medida este ano", apontou Montenegro, sinalizando o bom desempenho das finanças públicas. E prometeu que, caso no próximo ano "tivermos uma situação financeira igual ou melhor, tomaremos de acordo com essa disponibilidade."

(Notícia atualizada às 17:30 com mais informação)

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