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Presidente da Câmara de Cascais critica reforma da fiscalidade verde
Carlos Carreiras lamenta que os autarcas não tenham sido ouvidos e sugere que os municípios possam aplicar "cláusulas de discriminação positiva" nos seus impostos, como indexar o IMI à eficiência energética.
O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, criticou esta quinta-feira a forma como foi conduzida a reforma da fiscalidade verde, lamentando que essa reforma "não tenha tido em consideração, ou não tenha sequer procurado, o contributo das autarquias".
"Faltou dar esse passo. Faltou pouco, muito pouco, para que a reforma fosse um pouco melhor. Não custava nada: bastava que os autarcas tivessem sido ouvidos", declarou o presidente da Câmara de Cascais na abertura da conferência anual da Apren – Associação de Energias Renováveis, no Centro de Congressos do Estoril.
Carlos Carreiras afirmou que "seria útil, e até desejável, aproveitar esta reforma para flexibilizar a legislação fiscal, permitindo que as autarquias pudessem aplicar cláusulas de discriminação positiva no universo de impostos municipais".
Segundo o autarca, seria possível "indexar o IMI à eficiência energética dos edifícios ou à utilização das energias renováveis". "Casas mais verdes, impostos mais longe do vermelho", notou Carlos Carreiras.
"Podíamos ter ido por este caminho de pedagogia, de incentivo e de aproximação ao cidadão. Mas no que diz respeito às autarquias, preferiu-se ir pelo caminho oposto, penalizando fiscalmente os municípios", acusou o presidente da Câmara de Cascais.
Na sua intervenção Carlos Carreiras disse ainda que "qualquer governo, o actual, ou os futuros, não conseguirão atingir resultados absolutamente essenciais para a sustentabilidade do País se continuarem a desconsiderar as autarquias, a adiar parcerias entre o governo central e o poder local".