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Pandemia aumentou risco de desigualdades económicas a nível europeu

Oitavo relatório da coesão, apresentado esta quarta-feira em Bruxelas, que revela que os países do sul da Europa foram os mais afetados, em termos económicos. Apesar do travão imposto pela covid-19, Bruxelas prevê que o PIB per capita das regiões menos desenvolvidas cresça até 5% até 2023.

Sérgio Lemos
Joana Almeida JoanaAlmeida@negocios.pt 09 de Fevereiro de 2022 às 15:00
Os países do sul da União Europeia (UE) foram os mais afetados pelo impacto económico da pandemia. A conclusão é do oitavo relatório da coesão, apresentado esta quarta-feira em Bruxelas, que revela que a covid-19 está a aumentar o risco de desigualdades a nível europeu, mas que os fundos estruturais permitiram apoiar os setores mais afetados.

"O impacto económico da pandemia foi maior nas regiões do sul com uma economia mais dependente do turismo e serviços de proximidade", indica o relatório da Comissão Europeia. Para tal, contribuíram as "diferentes capacidades, restrições e estruturas económicas regionais no domínio dos cuidados de saúde", que resultaram num "impacto assimétrico nas regiões da UE". 

O estudo mostra que, em comparação com 2019, registou-se uma queda de 90% nas dormidas "nos meses a seguir março de 2020", quando foram detetados os primeiros casos de covid-19 na Europa, o que terá contribuído, em grande parte, para a desaceleração da economia portuguesa, que está fortemente dependente do turismo.

Mas os apoios europeus à retoma permitiram que "as regiões e cidades continuassem a investir no seu crescimento durante a preparação do atual período de programação (2021-2027)" e proporcionaram "uma rede de segurança muito necessária às pessoas vulneráveis, cuja situação se tornara ainda mais precária em resultado da pandemia".

PIB per capita das regiões menos desenvolvidas deve crescer até 5% até 2023
O balanço feito aos últimos anos de execução dos fundos estruturais revela que o investimento público feito com recurso a fundos de coesão aumentou de 34%, no período de programação 2007-2013, para 52%, no período de programação 2014-2020, sendo Portugal o país da UE que está mais dependente de fundos europeus para investir.

O estudo revela ainda que, apesar do travão imposto pela pandemia, "a convergência entre os Estados-membros acelerou", embora as disparidades regionais internas nos Estados-Membros em rápido crescimento tenham também aumentado.

Ainda assim, graças aos fundos de coesão, "espera-se que o PIB per capita das regiões menos desenvolvidas aumente até 5% até 2023". A Comissão Europeia diz ainda que os fundos de coesão contribuíram para "uma redução de 3,5% no desfasamento entre o PIB per capita" das regiões menos desenvolvidas e das mais desenvolvidas.

A comissária europeia para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, sublinhou ainda, na apresentação do relatório, que os países devem apressar-se a apresentar o acordo de parceria com a Comissão Europeia para aplicação do próximo quadro comunitário  o Portugal 2030 – que permitirá a Portugal beneficiar de mais 23 mil milhões de euros.
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