Notícia
Novos prémios na Função Pública podem reduzir recurso a serviços externos
Finanças acreditam que novo Sistema de Incentivos à Eficiência da Despesa Pública vai ter um impacto orçamental positivo, já que os prémios fixados são inferiores aos objectivos de poupança.
Os novos prémios criados na Função Pública podem resultar de reduções de despesa conseguidas com medidas de gestão de recursos humanos. Isto mesmo está previsto na portaria publicada a 1 de Junho no Diário da República. O Ministério das Finanças acredita ser possível uma poupança com a redução de contratos de serviços externos.
Na portaria que define as regras do Sistema de Incentivos à Eficiência da Despesa Pública (SIEF), o Governo identifica quatro áreas sobre as quais as equipas da Administração Pública podem trabalhar para encontrar poupanças na despesa. Além da "aquisição ou locação de bens e serviços", das "empreitadas de obras públicas" e da "gestão de património imobiliário público", as candidaturas de acesso aos prémios podem também incidir sobre a "gestão de recursos humanos".
O Negócios questionou o Ministério das Finanças sobre que medidas de gestão de recursos humanos poderiam estar aqui incluídas e se a redução de funcionários poderia ser uma das hipóteses. O ministério liderado por Mário Centeno informou que neste grupo podem estar, "por exemplo, medidas que se traduzam num aumento da produtividade dos recursos humanos disponíveis levando a uma menor necessidade de contratação de serviços externos".
Hospitais fora dos prémios
A portaria explica também qual o universo de trabalhadores da Função Pública abrangidos por este sistema de poupança que tem como contrapartida a atribuição de prémios, que podem ir até um salário.
Assim, o SIEF vai aplicar-se aos funcionários da Administração Central – ou seja, às equipas da administração directa e indirecta do Estado -, deixando de fora as Entidades Públicas Reclassificadas. Isto significa que os hospitais não são abrangidos por este esquema de incentivos à eficiência e redução da despesa pública.
Questionado sobre o motivo desta exclusão, o Ministério das Finanças explicou que "este esquema não se aplica às entidades públicas reclassificadas porque estas estão sujeitas a um enquadramento institucional particular (por exemplo, contratos de gestão), distinto de outras partes da Administração Central do Estado, não sendo essas idiossincrasias acomodáveis neste esquema de incentivos".
O Ministério das Finanças criou uma página sobre o SIEF onde responde a várias questões sobre como funciona este mecanismo. As Finanças esperam com este sistema que se verifique um "impacto líquido em termos orçamentais positivo", já que "o valor dos prémios [é] fixado em níveis inferiores às poupanças geradas", disse fonte oficial ao Negócios.