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Governo "não adiantou nem uma vírgula" sobre salários e pensões. UGT e CGTP marcam greve

À saída de uma reunião com a ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, José Abraão, da Fesap, diz que houve poucas novidades sobre o orçamento do Estado. UGT e CGTP têm greve marcada para o mesmo dia, 12 de novembro.

Pedro Catarino
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O Governo não adiantou aos sindicatos da Função Pública "nem mais uma vírgula" em relação a salários e pensões, disse aos jornalistas José Abraão, secretário-geral da Fesap, no final de uma reunião com a ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão.

Nesta terceira ronda de negociações, pedida pelos sindicatos, o Governo terá admitido apenas antecipar para janeiro a discussão sobre a valorização dos técnicos superiores (estão prometidos mais 50 euros), mas sem garantir retroativos a janeiro de 2022.

Houve ainda alguns ajustamentos - "poucos" - ao projeto que enquadra de forma definitiva o subsídio de penosidade e insalubridade que foi introduzido no orçamento do Estado deste ano.

"Quanto ao resto, sinceramente, uma mão vazia e outra cheia de nada, compromissos eventuais para o futuro" que justificam a decisão de emitir um pré-aviso de greve para o próximo dia 12 de novembro, data do protesto anunciado pelos sindicatos da CGTP, que vai abranger os funcionários públicos e os trabalhadores das IPSS.

Na semana anterior à apresentação do orçamento do Estado, o Governo anunciou aos sindicatos da Função Pública que no próximo ano haverá atualizações transversais de 0,9%, inferiores à inflação prevista pelo Executivo, o que acontecerá pela segunda vez em treze anos.

Os aumentos terão de ser necessariamente mais elevados para os 90 mil trabalhadores do Estado que recebem o salário mínimo, que está nos 665 euros mas que deverá ficar próximo dos 705 euros no próximo ano.

A ministra da Administração Pública prometeu ainda rever o salário de entrada das carreiras gerais, incluindo assistentes técnicos e técnicos superiores. A estes últimos, licenciados, foi prometido um aumento de 50 euros mas só "até 2023", que deverá ser mais elevado no caso dos que têm doutoramento.

Frente Comum diz que ainda há tempo até ao final de novembro

Para o mesmo dia 12 já estava marcada a greva da Frente Comum (CGTP).


"As nossas negociações diretas acabam por aqui ainda que a luta dos trabalhadores se vá desenvolver e o Governo tenha ouvidos e leia jornais portanto, há-de aperceber-se do impacto que isto vai ter e da insatisfação que está a criar", disse Sebastião Santana, da Frente Comum

"Isto terá com certeza peso político para o Governo que está em fase de discussão do orçamento e que só terá a sua fase de discussão final no dia 25 de novembro. Portanto vai muitíssimo a tempo", afirmou.

O dirigente da Frente Comum coloca assim a data decisiva na fase de especialidade, no final de novembro, e não na primeira votação na generalidade, que está marcada para a próxima semana sem garantias de aprovação, até pela relutância que tem sido demostrada pelo PCP.


Notícia atualizada às 17:48
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