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Fesap diz que aumentos salariais não estão fechados. “As Finanças ainda não saíram deste Ministério”
Em declarações aos jornalistas, o líder da Fesap afirmou que a ministra da Administração Pública “gostaria” de aprovar aumentos em linha com a inflação, mas que a questão ainda será analisada pelo Governo. “Estamos dependentes das Finanças”, diz.
O líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, saiu da reunião com a ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão confessando "alguma frustração" por ter saído "com uma mão vazia e outra cheia de nada".
"Quisemos saber se há aumentos salariais para este ano e a senhora ministra [da Administração Pública] disse-nos que gostaria de cumprir a promessa que fez do anúncio de 1% já há uns anos atrás, mas que de algum modo esta matéria não estaria fechada e vai depender de uma análise macroeconómica para que ao longo destas negociações possa haver respostas concretas".
Questionado, uma vez mais, sobre se estão afastados aumentos salariais em 2022, Abraão voltou a dizer que a questão não está fechada, e que Alexandra Leitão admitiu um aumento de 1% "ou próximo disso".
A análise macro "há-de ser feita ao nível do Governo e naturalmente do Ministério das Finanças de quem todos dependemos". "Temos um Ministério próprio para a administração pública, as Finanças não saíram deste ministério e portanto continuamos a depender do Ministério das Finanças para que as coisas façam sentidos".
As declarações contradizem a leitura de Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, que em comunicado voltou a reiterar que o que foi transmitido pelo Governo é que "antes de o Governo terminar o seu mandato haveria lugar a uma atualização salarial para todos", isto é, conclui o STE, em ano de eleições.
A Fesap propõe aumentos de 2,5% e uma subida no subsídio de refeição da Função Pública, que está há vários anos nos 4,77 euros, o que aliviaria o limiar a partir do qual é taxado tanto no público como no privado.
As declarações foram prestadas no final da primeira reunião com a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, a propósito das negociações prévias ao orçamento do Estado, que continuam na quinta-feira.
Governo reitera promessa de revisão de carreiras
Ainda assim, o Governo assumiu "mais algumas intenções", nomeadamente quanto à necessidade de mexer nas carreiras dos técnicos superiores no ingresso e no futuro. Foi falada a possibilidade de "rever as carreiras gerais assistentes técnicos e operacionais vontade em repor sete ou oito escalões na carreira de assistente operacional e assistente técnico".
Em relação à revisão do sistema de avaliação de desempenho, que começou a ser discutida no início do ano, também não haverá ainda uma evolução concreta.