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Emprego público sobe ao ritmo mais baixo em quatro anos
Ministério da Defesa Nacional foi o que mais contribuiu para a travagem na criação de emprego. De uma forma geral, o número de trabalhadores do Estado subiu 1,3% em termos homólogos, para 733 mil pessoas. É o ritmo mais baixo em quatro anos.
O número de trabalhadores do Estado está a aumentar de forma mais moderada. No terceiro trimestre, avançava 1,3% em termos homólogos, o ritmo mais baixo em quatro anos.
É uma das conclusões principais dos dados divulgados esta quinta-feira pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), que se baseia em informação enviada pelos próprios serviços.
Explica a DGAEP que na comparação anual ainda se destacam as carreiras de docente do ensino superior, das forças de segurança, de técnico superior, de enfermeiro, de médico e de assistente operacional.
Contudo, olhando para o emprego por subsetor e por área governativa, verifica-se que na administração central é o Ministério da Defesa que dá o maior contributo para o arrefecimento, com uma redução de 4,9% do emprego no espaço de um ano (-1.605 postos de trabalho). Seguem-se as instituições sem fins lucrativos da administração central (-377) e o Ministério das Finanças (-334 postos de trabalho).
Em sentido contrário contribui o Ministério da Ciência e do Ensino Superior (+2.384) e a Saúde (1.825).
Os novos dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) apontam agora para 733.771 postos de trabalho, menos 1% do que no trimestre anterior. O emprego público também tem movimentos sazonais, sendo frequente uma redução em setembro, embora a deste ano seja a mais elevada desde setembro de 2017.
Em relação ao trimestre anterior, toda a redução se registou na administração central, assinalando-se “a diminuição de emprego nas áreas governativas da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (no seu conjunto, 7.783 postos de trabalho), refletindo a atividade de mudança de ano letivo com os processos de colocação dos docentes nos estabelecimentos de ensino superior e de ensino básico e secundário, bem como dos técnicos superiores para as atividades de enriquecimento curricular (AEC) no ensino básico e secundário, ainda a decorrer no final do 3.º trimestre”.
Por outro lado, “na área governativa da Defesa Nacional, a redução de 755 postos de trabalho está relacionada com a diminuição do emprego nas Forças Armadas, sobretudo praças e sargentos”.
Salário médio sobe muito menos que a inflação
Entre abril e junho, o salário-base médio subiu apenas 0,1%, para 1.559,4 euros brutos mensais. Já em termos homólogos, subiu 1,6%, “por efeito conjugado de entrada e saída de trabalhadores” e da atualização do salário mínimo.
Se considerado o ganho, que inclui suplementos e horas extraordinárias, por exemplo, a variação é de 0,5% face ao trimestre anterior e de 1,2% em termos homólogos, para 1.825 euros brutos.
Na semana passada, com base em informação administrativa, o INE apontava para uma quebra real de 6,5% no salário médio do Estado no terceiro trimestre, bastante superior à do privado, onde o salário mínimo pesa mais.