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ADSE diz que novas tabelas evitam défice de tesouraria
Há versões distintas sobre a negociação. A ADSE garante que há alterações polémicas que tiveram no passado o acordo dos privados e admite aceitar propostas. A APHP destaca que não houve ontem abertura para negociar.
O Presidente da ADSE alega que sem a aprovação das novas tabelas, que estão a ser contestadas pelos privados, o subsistema poderia entrar já este ano em "défice de tesouraria". Mas as versões divergem: enquanto a ADSE garante que algumas das alterações mais polémicas tiveram o acordo dos privados, e que pode ainda aceitar novas propostas, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) destaca que não houve na reunião desta quinta-feira por parte da ADSE qualquer abertura para negociar.
"Foi informado o Senhor Presidente da APHP da urgência da implementação das alterações apresentadas, porque em caso contrário poderia a exploração da ADSE já no ano de 2018 vir a gerar um saldo de tesouraria negativo, considerando que se venham a manter as taxas de crescimento da despesa com o regime convencionado e com o regime livre verificadas nos últimos três anos", sem considerar o impacto do eventual alargamento de inscrições, revelou numa resposta escrita ao Negócios o presidente da ADSE, depois de uma reunião com a APHP.
A ADSE garante que algumas das alterações mais polémicas tiveram no passado o acordo da APHP. "É por exemplo o caso da margem estabelecida sobre o preço do medicamento a ser disponibilizado em unidose durante um internamento de um beneficiário da ADSE," que será de 40% sobre o PVP desse medicamento, proposta que a ADSE garante que foi feita por "um dos membros da direcção da APHP".
"É também o caso do estabelecimento de preços fechados por procedimento cirúrgico, metodologia com a qual a APHP veio a concordar por carta enviada em devido tempo à ADSE", prossegue Carlos Liberato Baptista, manifestando abertura para incluir propostas dos privados até dia 26, de forma a que a nova tabela entre em vigor a 1 de Março.
As versões são distintas. Minutos antes, o presidente da APHP afirmava que não houve na reunião desta quinta-feira "qualquer demonstração de abertura" por parte da ADSE para negociar.
Em declarações ao Negócios, Óscar Gaspar, que estima que os hospitais privados possam perder mais de 10% com a facturação (a ADSE fala em 6%) mostrou-se especialmente preocupado com o valor proposto para os limites de facturação dos medicamentos, internamentos, colonoscopias e endoscopias. "O que a ADSE diz é que precisa de reduzir despesa. Mas a boa gestão não é feita através de cortes administrativos".
Presidente da APHP