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Teixeira dos Santos espera que correcção orçamental não seja comprometida

O antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos disse esperar que o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) não ponha em causa a correcção orçamental e que sinalize que a dívida pública vai continuar a baixar.

Vítor Mota
18 de Setembro de 2018 às 22:26
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O responsável pela pasta das Finanças entre 2005 e 2011 (em governos liderados por José Sócrates) e actual presidente do EuroBic falava em Coimbra numa sessão da quinta edição do Fórum Desafios e Oportunidades, promovido por aquele banco.

 

"Acima de tudo espero que tenhamos um OE [para 2019] que não gere dúvidas quanto à solidez e à sustentabilidade da correcção orçamental que foi feita nos últimos anos", afirmou Fernando Teixeira dos Santos, durante uma entrevista conduzida pelo jornalista António Costa do jornal económico digital Eco.

 

"Acho que tudo o que sejam sinais que possam indiciar que aquilo que se conseguiu, em termos de correcção das finanças, está em risco" será "mau porque desestabiliza as expectativas, mina a confiança", sustentou o antigo governante e professor de Economia.

 

Grande parte da confiança que Portugal recuperou, "quer ao nível das famílias, quer ao nível das empresas, tem muito a ver com a percepção de que o país fez um grande sacrifício, fez um ajustamento que foi penoso", mas que "valeu a pena", considerou.

 

Mas "se se começa a sentir" que essa recuperação "pode ser posta em causa", será gerada "desconfiança e isso é perigoso para a actividade económica", advertiu o também ex-ministro de Estado e da Economia e da Inovação, igualmente nos XVII e XVIII governos, e secretário de Estado do Tesouro e Finanças entre 1995 e 1999 (Governo de António Guterres).

 

Teixeira dos Santos espera, "portanto, um Orçamento que não ponha em causa a correcção que foi feita e, acima de tudo também, um orçamento que sinalize que o peso da dívida pública vai continuar a baixar". "Durante os últimos anos [a dívida pública] subiu, só mais recentemente é que baixou e vai ter agora de continuar a baixar de forma continuada", defendeu.

 

O presidente do EuroBic salientou, entretanto, o país teve "eventos no sector financeiro que acabaram por exigir um esforço financeiro público", como os bancos BES, Banif e Caixa, que obrigaram a "um envolvimento de dinheiros públicos", com repercussões nas finanças públicas.

 

No encontro participaram também, numa sessão sobre "Desenvolvimento económico da região" de Coimbra, Paulo Barradas de Oliveira Rebelo, presidente da Bluepharma, José Manuel Couto, administrador da Microplásticos, Pedro Costa, presidente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC)/Coimbra Business School, e Carlos Cidade, vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

 

O Fórum Desafios e Oportunidades, com sessões em diversas localidades, pretende "dinamizar um debate profundo sobre o desenvolvimento das economias locais, com a participação de empresários, autoridades locais e especialistas em mercados".

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