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Portugal vai gastar 6.285 milhões com juros da dívida em 2022

O ambiente internacional menos favorável deverá pesar nos encargos do Estado com juros da dívida pública. Ainda assim, Fernando Medina diz que as trocas de dívida irão permitir mitigar o efeito.

Bruno Simão
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Os encargos do Estado português com juros da dívida vão aumentar em 2022, interrompendo a tendência de recuo dos últimos anos. Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que o Governo entregou esta quarta-feira ao Parlamento, o gasto previsto com juros é de 6.285 milhões de euros.

"O Programa Gestão da Dívida Pública, com uma despesa total consolidada de 89.978,6 milhões de euros, dispõe de 6.285 milhões de euros para suportar encargos com juros da dívida pública em 2022", refere o documento. Em 2021, o valor tinha sido de 5.401 milhões de euros. 
Apesar disso, em percentagem do PIB há uma quebra de 2,4% para 2,2%.

Na conferência de imprensa de apresentação da proposta de OE2022, o ministro das Finanças Fernando Medina explicou que, apesar da tendência de aumento generalizado dos juros das dívidas públicas, Portugal tem continuado a financiar-se com custos inferiores ao juro médio do "stock" da dívida. O país tem igualmente aproveitado para fazer trocas de obrigações mais caras no mercado por títulos com encargos inferiores.

Desde a saída do procedimento por défices excessivos e consequente retirada do "lixo" pelas principais agências de "rating" que Portugal vinha a beneficiar de sucessivas descidas nas "yields" da dívida pública. O custo da dívida direta do Estado caiu, em 2020, para 2,2%, enquanto os juros dos novos títulos recuaram para 0,5%.

Ao longo de 2021 que os receios em relação à aceleração da inflação (devido aos fortes estímulos monetários e orçamentais) levou a um agravamento das "yields", com os custos da nova dívida a subirem para 0,6%, de acordo com dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP. 
Desde o início de 2022, já ultrapassou mesmo a barreira de 1%.

A crise pandémica levou também o rácio da dívida pública para o recorde de 133,7% do PIB em 2020, o que representou um aumento anual de 16,5 pontos percentuais (a maior subida anual desde, pelo menos, 1995 quando iniciou a série). A dívida recuou em 2021 para 127,5% do PIB e as projeções do Governo apontam para 120,7% em 2022.

(Notícia atualizada)
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