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Paulo Trigo Pereira: "Escalões de IRS devem ser atualizados à inflação sempre"

Para o ex-deputado Paulo Trigo Pereira, o Governo devia ter atualizado à inflação os escalões de IRS para evitar perdas de poder de compra. No entanto, o economista desvaloriza a discussão em torno da retenção na fonte.

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O economista Paulo Trigo Pereira considera que o Governo devia ter atualizado à inflação os limiares dos escalões de IRS que não foram desdobrados, para atenuar a perda de poder de compra para as famílias. 

"Os escalões que não mexeram deviam ser atualizados à taxa de inflação. Se isso não for feito, nomeadamente para os escalões mais elevados, estamos a compensar o que se dá no desdobramento de escalões intermédios com o que se vai retirar nos escalões mais elevados por não se ter feito esse ajustamento", defendeu Paulo Trigo Pereira, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1. 

O economista, que lidera o Instituto de Políticas Públicas, lembrou que o 'think tank' vai analisar o desdobramento de escalões de IRS proposto no Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), mas disse que discorda do argumento do Governo. "Acho que os escalões devem ser atualizados à taxa de inflação sempre", disse.

Na apresentação da proposta de OE 2022, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse que os escalões não tinham sido atualizados por causa do desdobramento. 


Tabelas de retenção não têm impacto


Questionado sobre se tem o mesmo entendimento quanto às tabelas de retenção na fonte, Paulo Trigo Pereira desvalorizou a discussão. "Eu acho engraçado falar se muito das tabelas de retenção, porque as tabelas de retenção não têm impacto nenhum naquilo que as pessoas pagam", disse. 

"A retenção na fonte é um adiantamento que nós todos fazemos ao Estado para que o Estado todos os meses receba IRS e para não receber aquilo tudo de uma vez", lembrou.

No entanto, depois de ter sido questionado sobre um possível aumento de liquidez das famílias este ano, admitiu que esse podia ser um argumento para atualizar novamente as tabelas de retenção. "No fundo, é consumo presente versus consumo no ano que vem. Esta é a única coisa, porque em termos intertemporal dos dois anos o impacto é praticamente neutro", disse.
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