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Municípios propõem que IVA nas cantinas passe para 6%
A Associação Nacional de Municípios Portugueses propôs aos partidos que, no âmbito da proposta de Orçamento do Estado para 2016, o IVA das refeições escolares regresse para 6%. Essa seria uma forma de esses gastos poderem ser deduzidas ao IRS dos pais como despesas escolares.
Os representantes dos autarcas apresentaram um conjunto de propostas no âmbito da elaboração do Orçamento do Estado (OE) para 2016 e querem que o IVA das refeições e dos transportes escolares passe para a taxa reduzida, de 6%. Nas audições mantidas com a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa foi igualmente proposta uma redução do IVA para a iluminação pública, que é actualmente de 23% e os autarcas defendem que, sendo uma necessidade básica, deve recuar também para os 6%.
Em declarações ao Negócios, Manuel Machado, presidente da ANMP, explica que estas propostas estavam já contidas na resolução saída do último congresso dos autarcas e que, no caso das refeições e transportes escolares, se trata apenas de "repor a situação que existia antes de as transferências na área da educação terem sido efectuadas para as câmaras".
"Foi a taxa reduzida que ficou assente nessa altura, quando assumimos estas funções, e não se justifica esta alteração unilateral do acordo de partilha e de cooperação que assumimos", sublinha.
Por outro lado, a redução da taxa do IVA nas cantinas e transportes escolares para os 6% permitirá que os pais possam voltar a deduzir novamente estes custos ao seu IRS como despesas de educação. Isto porque, a partir da entrada em vigor da reforma do IRS, em 2015, só produtos com IVA à taxa de reduzida transaccionados por entidades com o CAE de educação é que podem ser tidos em conta nesta rubrica das deduções à colecta. Se as câmaras e juntas de freguesia até podem adquirir o CAE, mantem-se a barreira da taxa do IVA, que impossibilita a dedução.
As refeições escolares passaram a ter o IVA taxado a 23% quando se deu o aumento para a restauração em geral e, com este orçamento do Estado voltarão aos 13%. "Não é no entanto suficiente", declara Manuel Machado.