Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Medidas temporárias têm "impacto quase eterno nas contas públicas", diz Centeno

Governador do Banco de Portugal explicou que, se fossem financiadas todas as medidas temporárias adotadas desde 2020 até agora a 3%, teriam "um impacto anual no Orçamento do Estado de 500 milhões de euros". Face a isso, defende que é premente prosseguir a trajetória de redução do rácio da dívida no PIB.

Ministro das Finanças, Fernando Medina, fez os convites para a administração do Banco de Portugal. Governador Mário Centeno terá seis pessoas na equipa.
José Sena Goulão/Lusa
19 de Outubro de 2022 às 18:53
  • ...
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, referiu esta quarta-feira que as medidas temporárias adotadas por países como Portugal, onde o endividamento é elevado, têm "um impacto permanente, quase eterno" nas contas do Estado.

"Num país que tem défice e uma dívida elevada, as medidas temporárias têm um impacto permanente, diria quase eterno, nas nossas contas públicas", começou por dizer Mário Centeno, num debate sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE 2023), na AESE Business School, em Lisboa.

Mário Centeno salientou que, se forem somadas todas as medidas temporárias adotadas desde 2020 até agora e essas forem financiadas nos mercados a 3% ("que é neste momento a taxa de juro a 10 anos), verificar-se-á que essas políticas adotadas têm "um impacto anual no Orçamento do Estado de 500 milhões de euros".

Para o governador do BdP, isso mostra que essas medidas devem ser adotadas "com equilíbrio" e "no tempo certo". "Há aqui um equilíbrio, do lado dos bancos centrais, que tem vindo a ser recebido como necessário na utilização de todo o arsenal da política orçamental", disse.

Face a isso, o ex-ministro das Finanças salientou a necessidade de Portugal continuar a trabalhar para reduzir a dívida pública, que "está ainda acima de 120% do PIB". "Não conheço um investimento mais democrático e equitativo para a receita extraordinária [impulsionada pela subida da inflação] do que a redução da dívida", disse, destacando que essa redução beneficia todos os portugueses.

Ver comentários
Saber mais Mário Centeno Banco de Portugal AESE défice dívida pública endividamento
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio