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Risco de pobreza volta a subir e atinge 19,5% da população
Em 2013, 19,5% da população viveu com menos de 411 euros por mês, encontrando-se em risco de pobreza. O flagelo atinge todos os grupos etários, mas foi particularmente acentuado entre as crianças.
A pobreza continuou a aumentar em Portugal. Em 2013, 19,5% da população viveu com menos de 411 euros por mês, encontrando-se em risco de pobreza. Trata-se de uma subida em relação a 2012, um ano em que o flagelo já se tinha agravado, atingindo 18,7% residentes.
As estatísticas sobre as condições de vida dos portugueses em 2013 foram divulgadas esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e mostram que o aumento da pobreza foi transversal a todas as classes etárias. As crianças, contudo, acabaram por registar a maior subida, de 24,4% em 2012 para os 25,6% em 2013. São mais 1,2 pontos percentuais do que em 2012 e mais 3 pontos percentuais em relação a 2010.
Estes indicadores referem-se à percentagem de população que viveu em 2013 com menos de 411 euros por mês, resultando estes 411 euros de 60% do rendimento mediano da economia – este é, por isso, um valor que varia todos os anos, em função do rendimento global. Se o rendimento global da economia desce e há um empobrecimento geral, como aconteceu nos últimos anos, então o limiar de pobreza também baixa, pelo que continua a haver muitas pessoas com baixos rendimentos que não são considerados pobres.
Para extrair este efeito o INE utiliza um outro indicador, que pretende comparar o número de pobres face ao valor que constituiu o rendimento mínimo para se viver com dignidade em 2009. À luz desta abordagem, a percentagem de pobres em 2013 foi de 25,9%, um valor que compara com os 17,9% registados em 2009.
Uma terceira medida possível, usada pela União Europeia na estratégia de crescimento baptizada de Europa 2020, mostra que a percentagem de população em risco de pobreza e de exclusão social era de 27,5% em 2013. Trata-se de uma percentagem que estabilizou em relação a 2012 e que considera, além da pobreza monetária, situações de privação material severa e a percentagem de famílias onde a intensidade laboral é muito reduzida (pessoas que trabalham em média menos de 20% do tempo de trabalho possível).