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Mário Centeno: "Bancos têm feito parte da solução, não do problema"

O governador do Banco de Portugal destaca a solidez dos bancos à entrada para a crise pandémica e elogia a resposta das instituições europeias.

#15 - Mário Centeno
05 de Novembro de 2020 às 13:10
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Mário Centeno encerrou hoje a conferência da Ordem dos Economistas sobre o Orçamento do Estado para 2021, refletindo sobre o papel das instituições financeiras nesta crise pandémica. O Governador do Banco de Portugal começou por elogiar a solidez dos bancos, tanto em Portugal como na Europa: "até este momento os bancos foram parte da solução, não fizeram parte do problema". Em causa estão apoios como as moratórias ou as linhas de crédito com garantias do Estado, disponbilizadas pelos bancos. 


A consolidação da contabilidade dos bancos terá sido determinante para a "intervenção das autoridades europeias e agências de supervisão", refletiu Mário Centeno, destacando em seguida a rapidez destas intervenções. "Na verdade, as autoridades europeias colocaram na resposta à crise pandémica a quantia de 6 biliões de euros e fizeram-no num período absolutamente recorde".

O Governador do Banco de Portugal fala num "enorme sucesso da Europa" no combate à crise da covid-19. "E não estou a ser parco nos adjetivos de forma propositada", acrescentou, reaçando a cooperação e entreajuda dos Estados membros da União Europeia, particularmente no acordo sobre a chamada "bazuca europeia".

Além desta medida, o antigo ministro das Finanças acredita que haverá uma "expansão da compra de ativos - PEPP em inglês" por parte do BCE, mas alerta que Portugal não se deve distrair com a dívida pública.

"Muitos dirão que este não é o momento de discutir este tema", referiu Centeno, numa alusão às críticas do PCP e do Bloco de Esquerda à preocupação do Governo com a dívida e o défice, mas o seu peso não pode constituir "um fardo" para as gerações futuras, rematou. 

"Não nos devemos iludir com os baixos custos de investimento", uma vez que, apesar de tudo, "a situação económica do país no final de 2019 não clamava por um mundo novo". 

O Governador do Banco de Portugal chama também a atenção para o facto de a crise pandémica ser uma "crise que é temporária, não é estrutural", pelo que as medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2021 devem ser "temporárias e não estruturais". Só assim, Portugal poderá acompanhar a Europa naquela que é descrita por Centeno como "a mais impressionante recuperação económica".

"Desviar a nossa atenção da resposta à crise pandémica, tratando-a como se fosse estrutural, vai criar dificuldades acrescidas."

(Notícia em atualizada às 13h30)
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