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JPMorgan: Portas quer ganhar peso num novo Governo

Na opinião do analista do banco de investimento, a demissão de Paulo Portas pode ser “táctica” e visará aumentar o seu peso no Executivo para forçar a troika a uma revisão do programa de ajustamento.

Negócios 03 de Julho de 2013 às 11:52
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Alex White, analista do JP Morgan em Londres, acredita que a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do segundo partido da coligação possa ser “táctica”. “Poderá não ser mais de que uma movimentação táctica destinada a ampliar a preocupação em torno de [Maria Luís] Albuquerque, a nova ministra das Finanças, e conseguir mais poder dentro de um novo Governo”.

 

Em declarações ao Financial Times, o analista diz esperar que o CDS-PP use depois este maior peso para argumentar que Portugal tem de adoptar uma postura diferente na próxima missão de avaliação da troika, prevista para 15 de Julho.

 

Depois de Paulo Portas, ministro demissionário de Estado e dos Negócios Estrangeiros, alguma imprensa refere que todos os ministros e secretários de Estado do CDS-PP deverão apresentar a também a demissão ao primeiro-ministro nesta quarta-feira.

 

Em causa estão os ministros Pedro Mota Soares e Assunção Cristas e os secretários de Estado Adolfo Mesquita Nunes, Miguel Morais Leitão, Filipe Lobo d"Ávila e Paulo Núncio que foi ontem mesmo reconduzido como secretário de Estado das Finanças no Ministério agora liderado por Maria Luís Albuquerque.

 

Os pedidos de demissão deverão surgir depois da reunião da comissão executiva do partido, que foi ontem convocada pelo presidente do CDS-PP, Paulo Portas.

 

O Expresso online cita, por seu turno, vários dirigentes centristas que se dizem "perplexos", "desiludidos", "em estado de choque", "destroçados" e "traídos" para descrever o estado de espírito na ressaca da demissão de Paulo Portas. Escreve o jornal que "responsáveis centristas - vários deles convocados para a reunião de hoje da comissão executiva do partido - não escondem a incredulidade e a com a decisão de Portas, tomada de forma unilateral, sem ouvir nenhum colaborador", pelo que a reunião do núcleo restrito da direcção do CDS, convocada por Portas, servirá, antes de mais, para o líder do partido se explicar. "O Paulo tem de explicar o que fez e porque fez".

 

A promoção da até agora secretária de Estado do Tesouro ao lugar de Vítor Gaspar foi o pretexto referido por Portas para se demitir. O líder do CDS queria um outro nome – possivelmente Paulo Macedo, ministro da Saúde – para a pasta das Finanças.

 

Na carta de demissão que ontem tornou pública menos de duas horas antes da tomada de posse da nova ministra, o líder do CDS diz que "são conhecidas as diferenças políticas que tive com o Ministro das Finanças. A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo Primeiro-Ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual". Contudo, "o Primeiro-Ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças. Respeito mas discordo".

 

O gabinete de Passos Coelho esclareceu ontem que a escolha de Maria Luís fora comunicada a Portas no passado sábado, tendo o ministro de Estado discordado mas acatado uma opção que se insere na esfera de competências do primeiro-ministro.

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