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Fitch: Intervenção no BES não afecta "rating" de Portugal

A agência de notação financeira considera que a solução encontrada para resgatar o BES "limitou o impacto orçamental directo na dívida soberana portuguesa" e, por isso, não terá impacto no "rating" do país.

04 de Agosto de 2014 às 16:37
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"A divisão do BES num ‘banco bom’ e num ‘banco mau’ limitou o impacto orçamental directo na dívida soberana portuguesa, mas elimina a almofada de capital disponível para lidar com quaisquer choques futuros", afirma a agência de notação financeira numa nota publicada esta segunda-feira, 4 de Agosto. A Fitch salienta, desta forma, que os fundos disponíveis após a intervenção no BES ficarão reduzidos a cerca de dois mil milhões de euros.

 

"Esta operação não vai mudar as nossas previsões orçamentais ou pôr qualquer pressão sobre o ‘rating’ de Portugal" que se encontra em "BB+", a um nível de sair do patamar considerado "lixo", ou seja, considerado de investimento especulativo.

 

"Se o resgate do BES contribui para uma inversão da melhoria das condições orçamentais de Portugal depende da percepção dos investidores da solvabilidade do sector bancário e se, como nós, consideram os problemas do BES idiossincráticos", acrescentam os analistas da Fitch.

 

Ainda assim, a agência de notação financeira considera que os riscos de contágio "parecem contidos, por agora."

 

Em causa está o modelo adoptado por Portugal para resgatar o BES. O Banco de Portugal determinou a separação do BES em dois. O "banco bom", ou seja, o Novo banco, que fica com os depósitos e os créditos bons, e o "banco mau", que fica com os activos problemáticos, nomeadamente as participações no GES e o BES Angola.

 

Posteriormente este "bad bank" será liquidado e o resultado conseguido com a venda dos activos e participações será entregue aos accionistas e detentores de dívida subordinada.Os accionistas poderão assim recuperar parte das perdas, mas, de acordo com a análise do BPI, esta possibilidade parece reduzida. Além disso, se o Novo Banco for vendido por um valor superior aos 4,9 mil milhões de euros injectados na instituição, o remanescente será também para distribuir por accionistas e obrigacionistas.

 

Já esta segunda-feira, o Negócios noticiou que a capitalização do Novo BES através do Fundo de Resolução da banca vai agravar o défice público deste ano. Tal só não acontecerá se o banco for vendido até ao fim do ano por um valor superior ao do financiamento público da recapitalização. Se a venda não se concretizar até final do ano o défice orçamental de 2014 deverá aproximar-se dos 6,6% do PIB, acima dos 4% projectados inicialmente. Daqui não resultará no entanto a necessidade de mais medidas de austeridade.

 

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