O Estado português gastou 6.924 milhões de euros na remuneração da dívida pública portuguesa, um valor que representa um decréscimo de 1,4% face a 2012, anunciou a Direcção Geral do Orçamento (DGO), na síntese de execução orçamental de 2013.

Esta queda está relacionada sobretudo com a descida dos juros dos instrumentos de dívida bilhetes do tesouro (-11,7%) e obrigações do Tesouro (9,8%). Uma queda expectável já que com Portugal afastado dos mercados financeiros desde o pedido de assistência financeira, a quantidade de títulos em circulação diminuiu.

Em sentido inverso, os juros pagos à troika (BCE, Comissão Europeia e FMI) aumentou substancialmente no ano passado. O montante do ano passado foi de 1.704 milhões de euros, um aumento de 57,8% face aos valores de 2012 (1.080 milhões de euros).

A queda global dos juros da dívida pública suportados por Portugal deve-se ao facto de o empréstimo da troika ter um custo associado mais baixo do que o financiamento nos mercados através da emissão de instrumentos de dívida.

Tendo também em conta os juros suportados com as Entidades Públicas Reclassificadas (EPR), a queda da despesa com juros foi ainda superior (2,9%) em 2013.

A DGO adianta que os juros e encargos financeiros suportados pelas EPR evidenciam um decréscimo homólogo acumulado de 17,6% em 2013, “determinado sobretudo pela redução de encargos financeiros das entidades do sector dos transportes, na sequência de liquidações antecipadas de contratos de derivados de taxa de juro em 2013 e pelo menor volume de encargos pagos pelas empresas veículo do BPN em 2013, na sequência da redução do nível de financiamento e da taxa de juro do empréstimo obrigacionista em 2013”.