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Dívida pública portuguesa vai ficar abaixo de 100% já em 2024

O Governo está mais otimista e prepara-se para rever em baixo as projeções para o rácio da dívida pública face ao PIB, segundo anunciou o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, em entrevista ao Negócios e à Antena 1.

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A dívida pública portuguesa vai ficar abaixo de 100% já no próximo ano. O Governo prepara-se para rever em baixa, no orçamento do Estado para 2024 que será apresentado em outubro, as metas para o rácio do endividamento face ao produto interno bruto (PIB), avançou o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, em entrevista ao Negócios e Antena 1.

"A projeção que temos no Programa de Estabilidade é de 103%, mas provavelmente ficaremos abaixo de 100% já no ano de 2024", afirmou o governante. Até aqui, o Governo projetava que esta meta fosse atingida apenas em 2025 - quando antecipava uma dívida de 99,2%.

Deverá acontecer antes, já no próximo ano, depois de uma dívida inferior a 105% este ano e de 113,9% em 2022. João Nuno Mendes sublinha que este é um desempenho que põe o país "noutro campeonato" ao conseguir níveis abaixo de países como Espanha, França ou Bélgica.

"Neste momento, já temos uma taxa de juros melhor que a Espanha", referiu o secretário de Estado, apesar de os juros da dívida pública estarem a agravar. Segundo o governante, Portugal está a ser "fortemente impactado" pelas subidas das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE): o Estado pagou 5 mil milhões de euros em juros em contas nacionais no ano passado, sendo que este ano serão 6 mil milhões e, em 2026, deverão atingir os 8 mil milhões.

Já sobre o défice orçamental, João Nuno Mendes não se compromete com números além de 2023. "Julgo que este ano temos condições para estar próximos do equilíbrio, tal como já foi referido pelo ministro das Finanças. Naturalmente que esta lógica depende também do desempenho económico. O que nós temos que ter em consciência é que nós estamos numa fase de transição e podemos ficar entre os países europeus que têm o melhor desempenho económico e orçamental", rematou.
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