Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Défice agrava-se para 5,4 mil milhões até maio

O défice das administrações públicas agravou-se em 54% face a maio de 2020, atingindo no final do mês passado os 5,4 mil milhões de euros. O aumento da despesa com os apoios relacionados com a pandemia e a quebra de receitas também devido à covid explicam esta evolução, defende o Governo.

João Leão, ministro das Finanças, tem prometido apoiar a economia.
MIGUEL A. LOPES/LUSA
25 de Junho de 2021 às 16:18
  • 5
  • ...
O défice das administrações públicas ascendeu a 5.401 milhões de euros no final de maio, uma agravamento de 54%, ou 1.895 milhões de euros, face aos valores de maio do ano passado, revelou esta sexta-feira o Ministério das Finanças.

A evolução do saldo negativo deve-se em grande medida ao aumento da despesa com os apoios relativos ao impacto da pandemia, bem como à quebra das receitas associada à redução da atividade económica.

O ministério liderado por João Leão sublinha, em comunicado, que a despesa nos apoios a famílias e empresas atingiu já os 3.257 milhões de euros, o que, nota, representa a quase totalidade (92%) do valor executado no ano passado.

Os apoios da Segurança Social alcançaram os 1.226 milhões de euros, "ultrapassando significativamente o valor orçamentado para 2021 (776 milhões de euros)", refere o documento. Dentro destas despesas os apoios ao emprego representam 739 milhões de euros, enquanto os apoios extraordinários ao rendimento dos trabalhadores totalizam 280 milhões de euros e os subsídios por doença e isolamento profilático contribuem com 122 milhões.

Já nos apoios às empresas a fundo perdido o valor atingido nos primeiros cinco meses do ano ascende a 1.796 milhões de euros, o que supera os 1.409 milhões de euros de todo o ano passado. O apoio à retoma progressiva da atividade e o lay-off simplificado foram responsáveis por 378 milhões e 360 milhões de euros, respetivamente.

Já os apoios aos custos fixos das empresas no âmbito do Programa APOIAR totalizaram 901 milhões de euros.

Por outro lado, as medidas de apoio também penalizaram a receita em 439 milhões de euros, com destaque para a isenção da Taxa Social Única (TSU) e o diferimento de pagamento de impostos.

Contas feitas, a receita encolheu 1,8%, enquanto a despesa primária subiu 4,4%, o que, diz a tutela, é "reflexo dos impactos negativos do confinamento na economia e das medidas extraordinárias de apoio direcionadas a famílias e empresas".

Receita fiscal recua mas menos do que em abril

A receita fiscal e contributiva sofreu uma quebra de 2,8% até maio, menor do que a verificada em abril. Segundo o comunicado, "verificou-se uma melhoria face ao mês anterior que resulta de uma redução menor da receita fiscal (-6,4%) e de uma aceleração das contribuições sociais (+4,4%)".

O ministério indica ainda que "a generalidade dos impostos, evidenciam quebras menos significativas [face ao registado em abril] em resultado da recuperação da atividade económica e do efeito base associado ao confinamento do período homólogo".

Contudo, a receita líquida do IRS acelera a quebra homóloga para -9,6%, "influenciada pela devolução dos reembolsos
processados que este ano ocorreu mais cedo (foram reembolsados mais 806 milhões de euros até maio de 2021 face ao mesmo período de 2020)".
Ver comentários
Saber mais Ministério das Finanças défice pandemia receitas despesa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio