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Centeno admite ao FT que reversão da austeridade não é "drástica"

Num artigo do Financial Times sobre a estratégia do atual Governo que diz ter virado a "página da austeridade", o ministro das Finanças admite que a reversão da austeridade não é "drástica".

10 de Abril de 2019 às 08:01
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Mário Centeno admite que a reversão da austeridade não é "drástica", mas argumenta que não podia ser implementada uma "grande mudança" na condução da política orçamental em Portugal. Num artigo do Financial Times sobre a estratégia do Governo socialista com apoio do BE e do PCP, o ministro das Finanças diz que o "truque" foi comprometer-se com um caminho e mantê-lo. 

"O próprio Centeno admite que o grau em que o PS reverteu a austeridade não é drástico", escreve esta quarta-feira, 10 de abril, o jornal britânico Financial Times num artigo sobre a condução das finanças públicas, da economia e da relação com a Comissão Europeia nos últimos três anos e meio. O argumento do ministro das Finanças é que, no final de 2015, quando tomou posse, o crescimento da economia era "muito pobre" e estava a "desacelerar".

"Tinha de ser implementada uma mudança, [mas] não uma grande mudança", argumenta, dizendo ser "muito desconfiado dos visionários que pensam que sabem lidar com grandes máquinas". "Eu temo as grandes máquinas", acrescentou Mário Centeno, que atribuiu a redução do défice para lá do esperado à redução dos encargos com os juros da dívida portuguesa. 

O também presidente do Eurogrupo considera que pequenas mudanças na política foram suficientes para restaurar a confiança dos agentes económicos e aumentar o crescimento. "O truque foi haver um compromisso com um caminho e mantê-lo", diz ao FT, referindo que a consequência foi um "aumento tremendo da confiança e da atividade económica" no início do segundo semestre de 2016.

Também citado no artigo, o primeiro-ministro refere que "as pessoas estavam altamente céticas em relação às nossas políticas económicas, mas conseguimos mostrar que é possível aumentar os rendimentos, subir o investimento privado, diminuir o desemprego e ainda assim ter finanças públicas sãs".

Quanto ao futuro das contas públicas, face às pressões de vários grupos sociais, António Costa diz que "é normal que depois de um período de grande pressão toda a gente queira tudo agora". Mas argumenta que "um bom Governo tem de lidar com as necessidades sociais, com a capacidade orçamental e as prioridades políticas [que tem]".
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