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Catarina Martins: Execução orçamental "desmente propaganda" do Governo

A porta-voz do BE afirmou que os números da execução orçamental "desmentem a propaganda" da coligação governamental e que a eleição de Ferro Rodrigues para presidir à Assembleia da República "prova a instabilidade" dum Governo PSD/CDS.

Um Governo que 'não tenha Pedro Passos Coelho nem Paulo Portas, que vire a página da direita e que permita proteger emprego, salários e pensões', e cuja forma 'será conhecida logo que possível', em 'um dia ou dois'.
Miguel Baltazar/Negócios
24 de Outubro de 2015 às 15:30
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Em Braga, numa sessão com militantes e simpatizantes, Catarina Martins teceu ainda críticas ao Presidente da Republica, que disse estar "em choque" e "desesperado", e explicou que Cavaco devia ter esperado pela eleição do presidente da Assembleia da República (AR), realizada hoje e que elegeu para o cargo o socialista Ferro Rodrigues.

 

"Cavaco Silva tinha-se poupado à triste figura que fez ontem [quinta-feira] se tivesse aguardado pela eleição de hoje", declarou.

 

Foram divulgados os números da execução orçamental, revelando que "afinal" a devolução da sobretaxa não será de 35%, como afirmou a coligação durante a campanha eleitoral, mas "apenas" de 9%lembrou a líder bloquista.

 

"Durante a campanha vinham dados da execução orçamental e o Governo garantia que iam devolver 35% da sobretaxa em 2016. Preferíamos às vezes não ter razão, mas não é que os números que conhecemos hoje dizem que, afinal, o que Governo dizia era mentira", referiu.

No entanto, segundo Catarina Martins, que refere noticias dos jornais económicos, "o Governo tinha estes dados desde fevereiro", pelo que a porta-voz bloquista acusou PSD e CDS de terem "escondido" os verdadeiros números da execução orçamental para "fazer uma campanha assente na mentira".

 

Por isso, considerou, os números da execução orçamental fizeram desta sexta-feira um "bom dia" para o país: "o dia que se desmente toda a propaganda da campanha eleitoral".

 

Além daqueles números, também a eleição de um socialista para segunda figura do Estado, derrotando nas urnas o candidato do PSD/CDS, Fernando Negrão, fez a alegria dos bloquistas.

"Face a estes resultados eleitorais [das eleições legislativas de 04 de outubro], que são tão cristalinos, PSD e CDS não têm a maioria para governar e, se alguém tivesse alguma dúvida, a eleição do presidente da AR, hoje, foi prova clara que PSD e CDS não têm condições para governar. Não é possível haver um Governo PSD e CDS porque eles não conseguem aprovar nada", evidenciou.

 

Perante uma sala cheia, a porta-voz do BE garantiu ainda que não estão a ser "discutidos lugares" com o PS e PCP nas negociações com vista a uma solução de Governo, reafirmando os objetivos do bloco.

 

"Não discutimos um único lugar, nem teria sentido que o fizéssemos. A discussão que estamos a fazer é sobre política, compromissos concretos de defesa de salários, pensões, Estado Social", enumerou.

 

Sobre aquelas negociações, Catarina Martins, escudando-se na "lealdade" para com as outras forças políticas pouco mais adiantou deixando apenas a fanatia que estão no bom caminho.

"Não estão todos os pontos fechados, mas temos um caminho feito que dá solidez a esta possibilidade de acordo", assegurou.

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